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A partir dos próximos anos, os Correios podem passar pela maior mudança da história

Por Pedro Silvini
14/11/2025
Em Geral
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Correios

(Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil)

Os Correios atravessam a pior crise financeira de sua trajetória recente. A estatal, que já chegou a dominar mais da metade do mercado de encomendas no país, acumulou R$ 7,5 bilhões em prejuízo desde 2023 e perdeu competitividade diante de transportadoras privadas e das gigantes de e-commerce. Agora, a empresa se prepara para implementar o maior processo de transformação de sua história, uma tentativa urgente de evitar a quebra e recuperar relevância.

A deterioração ficou evidente em 2024, quando um site de e-commerce comparou preços de frete em todo o país. Em 16 dos 27 estados — incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que concentram os maiores volumes de entrega — os concorrentes eram mais baratos que os Correios para envios convencionais.

A queda de competitividade se refletiu diretamente na participação de mercado: o setor de encomendas, responsável por metade das receitas da empresa, encolheu de 52% em 2018 para apenas 26% em 2023. Enquanto isso, empresas como JadLog, Loggi, Amazon e Mercado Livre expandiram operações, especialmente nos trechos mais lucrativos dos grandes centros urbanos.

Em meio ao agravamento da situação, o então presidente Fabiano Silva deixou o cargo, enquanto a estatal negociava um empréstimo emergencial de R$ 20 bilhões com Caixa, Banco do Brasil e bancos privados — montante considerado indispensável para evitar o colapso.

Socorro bilionário e reestruturação radical

O plano apresentado prevê a liberação de R$ 10 bilhões em 2025 e outros R$ 10 bilhões em 2026, com expectativa de que os primeiros efeitos de recuperação só apareçam em 2027. Para garantir o empréstimo, o Tesouro Nacional terá que abrir uma exceção, já que os Correios não têm capacidade de pagamento — e, pela Constituição, o governo federal é obrigado a manter o serviço postal.

A estatal afirma estar implementando ações emergenciais e estratégicas para alcançar reequilíbrio econômico, modernização operacional e sustentabilidade de longo prazo. As medidas incluem:

  • Novo PDV com meta de desligamento de 10 mil funcionários;
  • Fechamento de cerca de 700 agências e unidades logísticas;
  • Desinvestimento em ativos e revisão de contratos;
  • Corte de despesas administrativas e operacionais;
  • Revisão de benefícios trabalhistas e renegociação do acordo coletivo.

A redução da folha salarial é vista como crucial: a estatal quer diminuir custos em R$ 2 bilhões por ano. No último PDV, apenas 3,6 mil dos 8 mil interessados concluíram o desligamento, e a nova gestão planeja oferecer condições mais agressivas para atingir a meta.

Venda, aluguel e reinvenção: o novo modelo dos Correios

Um dos pilares da reestruturação é a criação de um fundo imobiliário com os 2.366 imóveis da empresa, avaliados em R$ 5,4 bilhões. A estratégia: vender os imóveis ao fundo, obter recursos e depois alugá-los. Até mesmo o prédio da sede em Brasília pode entrar no pacote.

Outra mudança profunda acontecerá na operação. Os Correios querem:

  • automatizar centros de triagem e distribuição;
  • eliminar unidades com sobreposição territorial;
  • adotar ferramentas de inteligência para avaliar rentabilidade por agência;
  • readequar a estrutura interna e cortar áreas com mão de obra ociosa.

Apostando em novos serviços para disputar espaço no mercado

Além dos cortes, a empresa reconhece que será necessário aumentar receitas e se reposicionar frente aos concorrentes, que deixaram de ser apenas empresas de entrega e se transformaram em grandes ecossistemas tecnológicos.

Para isso, os Correios apostam em novos produtos e frentes de atuação:

  • Marketplace Mais Correios, que será reformulado;
  • Caixa postal online certificada, para substituir parte das cartas físicas;
  • Logística especializada para o governo, incluindo transporte de medicamentos e vacinas com controle de temperatura;
  • Parcerias com empresas inovadoras, como tecnologias de identificação impressa em caixas de envio;
  • Busca por nichos onde gigantes como Amazon e Mercado Livre não atuam.

Segundo a gestão atual, essas medidas compõem a maior mudança estrutural já planejada para a estatal, que pretende criar um novo ecossistema de negócios, mais moderno e competitivo.

Pedro Silvini

Pedro Silvini

Jornalista em formação pela Universidade de Taubaté (UNITAU), colunista de conteúdo social e opinativo. Apaixonado por cinema, música, literatura e cultura regional.

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