Você encontra uma rocha curiosa e decide levá-la para casa. Um tempo depois, você descobre que ela guardava um mistério maior do que você podia imaginar… Parece que eu estou começando a contar o caso do Césio-137 em Goiânia, mas essa história tem um final mais feliz do que esse caso (que foi o maior acidente radiológico do mundo). A nossa história não acontece na capital de Goiás, mas sim na Austrália, mas especificamente no Parque Regional de Maryborough.
O parque fica na região de Goldfields, o centro da corrida do ouro australiana lá no século 19. Por isso mesmo que David Hole costumava explorar o parque com o seu detector em busca de algum ouro que talvez tivesse ficado por lá. Em 2015, ele encontrou uma rocha avermelhada e, acreditando que ela podia ter algum ouro, levou ela para casa e tentou perfurá-la várias vezes, mas sem sucesso. Ele só foi descobrir do que se tratava a sua descoberta três anos depois, em 2018.
O que era a rocha?
Intrigado, David decidiu levar o seu achado ao Museu Victoria em busca de respostas e os geólogos Bill Birch e Dermot Henry imediatamente suspeitaram que se tratava de um meteorito. Depois de alguns testes, eles confirmaram que era um meteorito com alto teor de ferro, mais especificamente, uma condrita ordinária do tipo H5. Isso sugere que ele pode ter se formado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.
O que continua sendo um mistério até hoje é quando esse meteorito teria caído na Terra. A datação por radiocarbono indica que ela ficou no nosso planeta entre 100 e 1.000 anos – o que não é lá muito preciso. A rocha, que ficou conhecida como Meteorito de Maryborough, está até hoje em exibição no Museu de Melbourne.
No fim das contas, pode até ter sido decepcionante para David não ter encontrado ouro, mas, de acordo com especialistas do museu, é mais comum encontrar ouro na Austrália do que um meteorito com essas características.




