A partir de novembro, entra em vigor no Brasil a ABNT PR 1025, primeira diretriz técnica do país dedicada à manutenção, inspeção e reparo de carros elétricos e híbridos. A norma, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), define padrões de capacitação e segurança para mecânicos, em meio ao rápido crescimento da frota eletrificada no país.
Documento sobre carros elétricos
Elaborado ao longo de nove reuniões entre 2023 e 2025, o documento de 14 páginas organiza os profissionais em três níveis de atuação, conforme escolaridade, experiência e grau de intervenção permitido nos veículos.
Nível 1
- Escolaridade: 5º ano do ensino fundamental
- Experiência: 4 anos como ajudante ou 2 anos como mecânico
- Atuação: Reparos apenas na parte mecânica ou interior dos veículos
Nível 2
- Escolaridade: Ensino médio + curso técnico em elétrica/eletrônica automotiva
- Experiência: 2 anos como ajudante ou 1 ano como mecânico
- Atuação: Reparos mecânicos, elétrica de baixa tensão (12 V) e suporte ao profissional de nível 3
Nível 3
- Escolaridade: Formação técnica ou superior em tração elétrica automotiva
- Experiência: 1 ano como mecânico de tração elétrica (alta tensão e baterias)
- Atuação: Serviços completos, incluindo alta tensão, remoção e instalação de motores elétricos e baterias, além da gestão operacional da oficina
Capacitações obrigatórias
Para atuar na área, os profissionais também precisam cumprir exigências adicionais:
- Curso mínimo de 160 horas sobre os conteúdos da norma ou pelo menos dois anos de experiência prática;
- Treinamento complementar de 40 horas, com certificação conforme legislação vigente;
- Habilitação formal para operar equipamentos de segurança, ferramentas específicas e procedimentos de análise de risco.
A ABNT reforça que o mecânico deve ser capacitado especificamente no veículo que irá reparar, devido às diferenças técnicas entre os modelos elétricos disponíveis no mercado.
Por que a norma é importante?
Segundo o presidente da ABNT, Mário William Esper, o crescimento acelerado dos elétricos no Brasil exige padronização e segurança. A nova diretriz reúne, pela primeira vez, critérios claros sobre:
- uso de instrumentos de medição;
- manipulação de sistemas de alta tensão;
- requisitos mínimos de formação;
- alinhamento às normas nacionais e internacionais de segurança.
A PR 1025 deve nortear programas de qualificação, certificação profissional, cursos técnicos e políticas públicas voltadas à preparação do setor automotivo para a transição elétrica.




