Meteorologistas espaciais emitiram nesta terça-feira (18) um alerta global para a chegada de uma nova sequência de tempestades solares severas, resultado de ejeções de massa coronal expelidas pelo Sol que devem atingir a Terra nos próximos dias.
Dependendo da intensidade do impacto no campo magnético terrestre, o fenômeno pode produzir auroras coloridas em locais onde elas normalmente jamais aparecem.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), responsável pelo monitoramento do clima espacial, explicou que a visibilidade das auroras dependerá do momento e da força com que as explosões solares atingirem a magnetosfera.
Em caso de forte impacto, o céu poderá mudar de cor em grandes áreas dos Estados Unidos — e, em um cenário extremo, até em latitudes incomuns do planeta.
A chance de auroras em latitudes baixas — e por que isso preocupa
Estamos no pico do Ciclo Solar 25, marcado por maior atividade magnética e maior número de erupções solares. Em períodos como este, auroras podem avançar para regiões mais ao sul que o habitual, como já ocorreu em países vizinhos ao Brasil em outras ocasiões.
Embora as auroras boreais e austrais aconteçam naturalmente nos polos magnéticos, elas podem se expandir quando tempestades solares intensas atingem o planeta. Mas, para que fossem vistas no Brasil, seria necessário um evento extremamente fora da escala, segundo astrofísicos — algo comparável apenas a episódios registrados há mais de mil anos.
O Brasil está distante dos polos e localizado sobre a Anomalia do Atlântico Sul, uma região onde o campo magnético é mais fraco. Para que uma aurora surgisse aqui, a tempestade solar teria que comprimir o campo magnético da Terra de forma excepcionalmente intensa, permitindo que partículas solares atingissem a atmosfera tropical.
Se acontecer no Brasil, o mundo estará em apuros
Embora a ideia de ver o céu brasileiro iluminado por tons de rosa, verde e vermelho pareça fascinante, especialistas afirmam:
se uma aurora for visível no Brasil, seria sinal de que o planeta enfrenta uma tempestade solar capaz de causar danos severos.
Em um evento desse porte, flutuações extremas no campo magnético induziriam correntes elétricas capazes de:
- queimar celulares, computadores e eletrônicos;
- interromper sistemas de telecomunicação;
- afetar redes elétricas e satélites;
- comprometer GPS e sinais de rádio.
Um fenômeno assim lembraria o histórico Evento Carrington, de 1859 — a maior tempestade solar já registrada, que causou auroras inéditas na América do Sul e derrubou sistemas de telégrafo ao redor do mundo.




