O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso. A decisão, oficializada na quinta-feira (20), coloca Messias como o novo representante do Brasil na Corte máxima — caso seja aprovado pelo Senado, onde enfrentará uma sabatina considerada difícil.
Nas redes sociais, Messias afirmou estar “honrado com a escolha” e prometeu retribuir a confiança com dedicação e compromisso institucional. Lula, ao justificar a indicação, disse ter “total certeza” de que o AGU seguirá defendendo a Constituição e o Estado Democrático de Direito, como já tem feito na carreira pública.

A reação do Judiciário foi amplamente favorável. Ministros do STF — incluindo nomes indicados por governos distintos — elogiaram publicamente o escolhido.
O ministro Luiz Fux classificou Messias como “uma notável aquisição para o Supremo”, destacando sua cordialidade e ética.
O decano Gilmar Mendes afirmou que o AGU sempre manteve diálogo leal com a Corte e desejou sucesso na sabatina.
Dias Toffoli ressaltou que Messias reúne experiência no Parlamento, no Executivo e na Advocacia-Geral da União, afirmando que o Senado “saberá analisar seus múltiplos atributos”.
O ministro André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro, também manifestou apoio: “Trata-se de nome qualificado que preenche os requisitos constitucionais”.
O próprio Barroso, que deixa a cadeira, celebrou a escolha: “Estou certo de que honrará o STF”.
No campo político, dirigentes governistas também saudaram o anúncio. O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou que o país “ganha um ministro que honra o povo brasileiro”, e o líder do governo, José Guimarães, classificou a indicação como “responsável e alinhada ao fortalecimento das instituições”.
Mas, no Senado — onde Messias precisa de maioria simples em votação secreta — o cenário é mais tenso. O senador Izalci Lucas, líder da oposição, disse que o indicado não contará com a “benção” do presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, peça-chave no processo.
Izalci lembrou que Paulo Gonet foi aprovado por margem estreita e afirmou que, desta vez, o governo enfrentará “um caminho muito mais difícil”.
Segundo o senador, há interesse de setores da oposição em rejeitar Messias para abrir espaço a outra indicação, possivelmente ligada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Próximos passos: sabatina decisiva e articulação intensa em Brasília
Com a indicação formalizada, o nome de Jorge Messias segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde será sabatinado. Depois, a decisão vai ao plenário do Senado, em votação secreta.
A articulação política nas próximas semanas será decisiva para definir se Messias se tornará o novo ministro do STF em 2026 — consolidando a escolha de Lula para uma das cadeiras mais importantes da República.




