A BR-116, maior rodovia do Brasil, impressiona não apenas pela extensão — 4.660 km que conectam Fortaleza (CE) a Jaguarão (RS) — mas também pela importância estratégica para o transporte nacional. A estrada atravessa 280 cidadesem dez estados, funcionando como espinha dorsal logística para cargas, ônibus interestaduais e deslocamentos entre grandes centros.
Criada nos anos 1930, inicialmente ligando Fortaleza a Feira de Santana (BA), a via foi sendo ampliada até integrar regiões essenciais do Sudeste e do Sul. Alguns trechos se tornaram verdadeiros corredores de desenvolvimento, como:
- Rodovia Presidente Dutra (SP–RJ) – um dos segmentos mais movimentados do país;
- Régis Bittencourt (SP–Curitiba) – fundamental para o escoamento industrial e agrícola.
Mas, apesar da relevância nacional, a BR-116 também carrega um dado alarmante.
BR-116 em Minas assume o título de “rodovia da morte” em 2024
O anuário 2024 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelou que o trecho mineiro da BR-116 registrou o maior número de mortes do país no último ano. Foram 190 óbitos, ultrapassando a BR-277 (PR), que liderava o ranking em 2023.
O número foi impulsionado por um dos acidentes mais trágicos do ano:
a colisão entre um ônibus, uma carreta e dois carros, que deixou 39 mortos — todos passageiros do ônibus.
Mesmo com a liderança em mortes, o trecho mineiro não aparece entre os 10 pontos com mais acidentes no país. Porém, figura na 9ª posição entre os trechos que mais deixaram pessoas feridas.
Minas Gerais lidera sinistros e mortes nas rodovias
O estado registrou:
- 9.296 sinistros em rodovias federais;
- 794 mortes, o maior número do Brasil.
- A maioria das mortes ocorreu em pistas simples e sob céu claro, contrariando a ideia de que clima ruim seria o principal vilão.
- Dezembro foi o mês mais letal: 632 mortes.
- O horário mais perigoso: domingo, por volta das 18h, típico retorno de fim de semana — 117 vítimas.
- O menos fatal: terça-feira às 4h, com 10 mortes.



