O auxílio-alimentação pago aos servidores do município do Rio de Janeiro permanece congelado há mais de dez anos, provocando crescente insatisfação entre categorias do funcionalismo. Atualmente, os trabalhadores recebem R$ 12 por dia para custear refeições — valor considerado incompatível com a realidade econômica do estado.
O benefício mensal é de R$ 264 para a maior parte do funcionalismo, equivalente a R$ 12 divididos por 22 dias úteis. No caso da Guarda Municipal, o valor sobe para R$ 360, o mesmo tíquete diário, mas calculado com base em 30 dias úteis. A diferença foi mantida após negociações durante a transição do regime celetista para estatutário da categoria, segundo o presidente do Sisguario, Rogério Chagas.
Propostas travadas e veto agravam desgaste
A pressão por reajuste ganhou força após a Câmara dos Vereadores aprovar, em dezembro, uma emenda que reservava R$ 200 milhões no orçamento para corrigir o auxílio. Porém, a medida não prosperou:
o prefeito Eduardo Paes vetou o dispositivo, alegando violação às normas fiscais da Constituição e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Com isso, o benefício permaneceu congelado. Questionada sobre a falta de atualização, a Prefeitura do Rio limitou-se a reafirmar os valores atuais e as regras de concessão, sem indicar qualquer previsão de aumento.
Enquanto os servidores municipais enfrentam estagnação, o Governo do Estado do Rio anunciou recentemente um reajuste histórico do auxílio-alimentação para policiais militares. O benefício estava congelado havia décadas e era alvo de reivindicações constantes da categoria.
Segundo o governo estadual, o avanço representa uma forma de valorização das forças de segurança e o início da revisão de outros direitos que também sofreram longos períodos sem atualização.
O contraste entre a iniciativa estadual e o congelamento municipal ampliou a revolta entre servidores do Rio, que alegam tratamento desigual e ausência de políticas efetivas de valorização.
Indignação cresce entre servidores municipais
Categorias do funcionalismo criticam o fato de receberem um auxílio insuficiente para custear sequer uma refeição básica no município. Para muitos, o travamento do valor ao longo de 12 anos representa desvalorização, perda de poder de compra e descaso administrativo.
Sindicatos afirmam que continuarão cobrando a atualização do benefício e reforçam que, sem reajuste, a defasagem tende a aumentar — justamente em um dos estados com maior custo de alimentação do país.




