O governo federal confirmou uma mudança importante nas regras do Bolsa Família, válida desde junho de 2025, Famílias que ultrapassarem o limite de renda para entrada no programa — atualmente R$ 218 por pessoa — poderão continuar recebendo o benefício, mas com redução de 50% no valor, e por um período muito menor do que antes.
Na prática, famílias que hoje recebem algo em torno de R$ 600 devem passar a receber cerca de R$ 300 durante o período de transição.
A mudança faz parte da reformulação da chamada Regra de Proteção, mecanismo que evita o corte imediato do Bolsa Família quando a renda familiar aumenta.
O que muda a partir de junho de 2025
A nova regulamentação cria três categorias de beneficiários, com critérios e tempos de permanência diferentes:
1. Famílias que já estavam na Regra de Proteção até junho de 2025 (não mudam)
- Mantêm as regras antigas.
- Permanecem até 24 meses no programa.
- Limite de renda continua sendo meio salário mínimo por pessoa (atualmente R$ 759).
- Quando voltarem a se enquadrar no perfil de pobreza, recebem novamente o valor integral.
Esses beneficiários não terão redução adicional nem mudança na duração.
2. Famílias que entrarem na Regra de Proteção a partir de julho de 2025 (caso mais afetado)
- Permanência cai para 12 meses.
- Recebem apenas 50% do valor do benefício.
- Limite de renda para seguir no programa passa a ser R$ 706 por pessoa.
É esse grupo que deve sentir a redução de 50%, transformando um benefício de R$ 600 em cerca de R$ 300, por exemplo.
O governo afirma que os R$ 706 seguem a linha internacional de pobreza.
3. Famílias com renda estável (aposentadoria, pensão, BPC-Idoso)
- Permanência cai para apenas 2 meses.
- Também respeitam o limite de R$ 706 por pessoa.
- Exceção: famílias com pessoa com deficiência que recebe BPC podem permanecer por 12 meses.
A justificativa é que esses grupos já contam com renda permanente garantida pelo Estado.
Por que o benefício pode cair para R$ 300?
Não há redução no valor-base do Bolsa Família.
O que muda é que todas as famílias que excederem o limite de R$ 218 por pessoa, mas ficarem abaixo dos R$ 706, passam a receber apenas 50% do benefício durante o período de transição.
Como o valor médio do auxílio é de cerca de R$ 600, metade disso gira em torno de R$ 300.
- Quem já estava na Regra de Proteção até junho de 2025 não perde direitos.
- Se a renda cair novamente, o valor integral é retomado.
- Após o fim da proteção, se a família voltar à pobreza, poderá retornar ao Bolsa Família com prioridade, pelo mecanismo Retorno Garantido — válido por até 36 meses.
Por que o governo fez a mudança?
Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, as novas regras têm três objetivos principais:
- Priorizar famílias mais vulneráveis
- Reduzir a fila do programa
- Garantir sustentabilidade financeira ao Bolsa Família
A revisão também reforça que o programa é focado em quem realmente está em situação de pobreza ou extrema pobreza, evitando que a permanência prolongada de grupos com renda mais alta reduza o alcance do benefício.




