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Bancos que não cobram juros já são realidade em várias partes do mundo — entenda como funcionam

Por Pedro Silvini
28/11/2025
Em Geral
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banco

(Reprodução/IStock)

Instituições financeiras que não cobram juros podem soar como exceção, mas já fazem parte do sistema econômico de diversos países. São os bancos islâmicos, que operam sob os princípios da sharia, a lei islâmica. Neles, a cobrança ou o pagamento de juros — conhecidos como riba — é proibida.

Enquanto bancos tradicionais lucram com taxas de juros sobre empréstimos e remuneração de depósitos, as instituições islâmicas seguem uma lógica distinta, baseada em ética, compartilhamento de riscos e foco na economia real.

De acordo com a sharia, o dinheiro não deve gerar lucro apenas por existir — ele precisa estar vinculado a uma atividade produtiva. Também não pode causar danos. Por isso, além da proibição da cobrança de juros, instituições islâmicas evitam investimentos em setores considerados prejudiciais, como:

  • álcool
  • tabaco
  • jogos de azar
  • armamentos
  • atividades classificadas como ilícitas

O Banco da Inglaterra, por exemplo, explica que os serviços financeiros islâmicos “não investem em áreas como bebidas alcoólicas, tabaco ou jogos de azar”, destacando o caráter ético desse modelo.

Como os bancos islâmicos lucram?

Sem juros, como essas instituições se mantêm? A resposta está no modelo de risco compartilhado.
Em vez de conceder um empréstimo convencional, o banco:

  • compra o bem que o cliente deseja (uma casa, um carro, um eletrodoméstico);
  • revende ou aluga esse bem ao cliente por um preço total maior, combinado previamente.

Esse valor extra funciona como a remuneração do banco — não por juros, mas pelo risco assumido e pela operação comercial. Tudo precisa estar vinculado a um ativo real.

A expansão de um sistema bilionário

Há poucas décadas, as finanças islâmicas eram restritas a países muçulmanos. Hoje, formam uma indústria de US$ 3,96 trilhões e mais de 1.650 instituições, segundo dados de 2023. O total de ativos deve chegar a US$ 5,95 trilhões até 2026.

  • Representam cerca de 1% dos ativos financeiros globais, mas crescem a uma taxa anual de 9%, acima do sistema convencional.
  • Em regiões como o Golfo (GCC) e partes da África Subsaariana, essas instituições já competem diretamente com bancos ocidentais.
  • A presença também se expandiu na Europa, na Ásia e na América do Norte, atraindo clientes de variadas religiões, interessados nos princípios de ética, sustentabilidade e transparência.

Por que esse modelo atrai tantos clientes?

1. Risco compartilhado e economia real

O sistema evita especulação financeira e prioriza operações vinculadas a ativos.
Durante a crise de 2008, isso ajudou os bancos islâmicos a escapar da turbulência dos chamados “ativos tóxicos”.

Um relatório do FMI de 2010 apontou que a aderência à sharia “ajudou a conter o impacto da crise nas instituições islâmicas”, que não tinham exposição aos produtos financeiros de maior risco.

2. Regras éticas claras

A proibição de atividades consideradas nocivas cria uma percepção de segurança e responsabilidade social.

3. Sustentabilidade como tendência global

Com investidores buscando opções mais alinhadas a valores ambientais, sociais e de governança (ESG), o sistema islâmico ganha relevância por natureza.

Pedro Silvini

Pedro Silvini

Jornalista em formação pela Universidade de Taubaté (UNITAU), colunista de conteúdo social e opinativo. Apaixonado por cinema, música, literatura e cultura regional.

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