A NASA divulgou novas imagens e dados do cometa interestelar 3I/ATLAS, encerrando uma onda global de especulações que sugeriam que o objeto seria uma possível espaçonave alienígena.
A teoria ganhou força após o governo dos Estados Unidos restringir temporariamente a divulgação de informações durante o shutdown, impedindo a agência de se manifestar.
Amit Kshatriya, administrador associado da NASA, foi direto ao comentar os boatos.
“A NASA realmente quer encontrar sinais de vida no universo, mas este objeto não é isso”, afirmou, segundo o portal DW. “Este objeto é um cometa. Ele parece e se comporta como um cometa. Todas as evidências apontam para isso.”
A agência confirmou que o 3I/ATLAS foi analisado por mais de uma dezena de plataformas científicas, incluindo os telescópios espaciais Hubble e James Webb, além de sondas ao redor de Marte. Observações da Agência Espacial Europeia também contribuíram.
Nicola Fox, administradora associada da Diretoria de Missões Científicas da NASA, reforçou que nenhuma “tecnossinatura”, sinais artificiais que indicariam tecnologia alienígena, foi detectada.
“Pudemos rapidamente afirmar: sim, ele definitivamente se comporta como um cometa. Não vimos nenhum indício que sugerisse qualquer outra coisa”, disse Fox à DW.
“Foi ótimo que o mundo especulasse junto conosco”, completou.
Uma relíquia mais antiga que o Sistema Solar
O 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar já registrado cruzando o Sistema Solar, depois de ‘Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019). Descoberto em julho de 2025 pelo telescópio ATLAS, no Chile, o cometa se desloca em trajetória hiperbológica — rápida demais para ser capturado pela gravidade solar — passando apenas temporariamente pela vizinhança da Terra.
Estima-se que seu núcleo tenha entre 440 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro. Quando descoberto, viajava a cerca de 221 mil km/h, velocidade que chegou a 246 mil km/h em sua máxima aproximação do Sol, em 30 de outubro de 2025. Agora, segue em rota de saída do Sistema Solar.
Apesar da comoção global, o cometa não representa qualquer ameaça. A aproximação máxima ao nosso planeta ocorrerá em meados de dezembro, a 169 milhões de quilômetros de distância — quase o dobro da separação entre a Terra e o Sol.
A NASA reforçou que suas características — cor, comportamento, composição e velocidade — se alinham perfeitamente ao que se espera de cometas comuns, reforçando que o 3I/ATLAS é apenas um visitante interestelar, e não uma nave extraterrestre.
