A China, principal parceira comercial do Brasil e influência direta na economia nacional, anunciou a descoberta de duas gigantescas jazidas de ouro que podem armazenar mais de 2 mil toneladas do metal precioso. A estimativa coloca a descoberta como a maior já registrada dentro do território chinês, com potencial de movimentar centenas de bilhões de reais no mercado internacional.
As descobertas — o depósito de Wangu, na província de Hunan, e o depósito de Dadonggou, em Liaoning — foram identificadas por equipes de prospecção do governo chinês. A Quinta Brigada Geológica de Liaoning constatou “vestígios abundantes de ouro” em praticamente todos os furos realizados.
Segundo a China Mining Magazine, o depósito de Wangu sozinho tem valor estimado em 600 bilhões de yuans — cerca de R$ 440 bilhões.
“Muitos núcleos de rochas perfurados apresentaram ouro visível”, afirmou o geólogo Chen Rulin, responsável pela prospecção, em declaração divulgada pela agência estatal Xinhua.
Estimativas preliminares apontam:
- Wangu: 300 toneladas comprovadas até 2.000 metros de profundidade; potencial de mais de 1.000 toneladas até 3.000 metros.
- Dadonggou: pode chegar a 1.500 toneladas, superando previsões iniciais de 1.000 toneladas.
Somadas, as jazidas podem ultrapassar 2 mil toneladas — um volume capaz de alterar a posição da China no ranking mundial de reservas de ouro.
Descoberta pode indicar presença de outras jazidas ocultas
O depósito de Dadonggou impressionou geólogos não apenas pelo tamanho, mas pela localização. Ele fica próximo à Falha Tan-Lu, uma gigantesca estrutura geológica que acumulou minerais valiosos ao longo de milhões de anos.
As características do solo não indicavam, à primeira vista, a presença de ouro — o que sugere que depósitos semelhantes podem ter sido ignorados por décadas.
Para especialistas, o valor real da descoberta pode estar no que ela revela sobre as formações geológicas da região. O governo chinês já prepara novos levantamentos para identificar áreas com potencial semelhante.
Ouro raro e avanços científicos recentes
Embora seja valioso há milhares de anos, o ouro continua surpreendendo a comunidade científica. Pesquisas recentes mostram:
- Regiões ricas em ouro podem ser mais comuns do que estimado anteriormente.
- Cientistas suecos criaram o “goldene”, uma versão bidimensional do metal, com átomos distribuídos como em materiais 2D.
- Pesquisadores australianos sugeriram que terremotos podem forjar grandes pepitas em profundidade.
- Um detectorista no Reino Unido encontrou em 2024 o maior pepita já registrada no país.
Impacto geopolítico e reflexos no Brasil
A descoberta ocorre em meio à corrida global por metais estratégicos e fortalece ainda mais a posição da China como potência mineral. O Brasil, que mantém parceria comercial intensa com o país asiático, deve acompanhar atentamente os impactos no mercado internacional de ouro — especialmente em setores industriais e de tecnologia que utilizam o metal.
As jazidas ainda passarão por novos estudos para confirmar volume, viabilidade de extração e custo de operação. Mas, se as estimativas forem validadas, os depósitos poderão elevar a China ao patamar de maior provedor de ouro recém-descoberto na década.




