A passagem de um ciclone extratropical provocou um dos mais intensos episódios de ventania já registrados no estado de São Paulo, com rajadas de até 98 km/h e duração aproximada de 12 horas entre terça e quarta-feira (10). O fenômeno, classificado por meteorologistas como “histórico”, deixou um rastro de destruição, afetou transportes, derrubou mais de mil árvores e interrompeu o fornecimento de energia para milhões de moradores.
O governo federal e o governo paulista emitiram alertas sucessivos sobre os riscos estruturais e pediram que a população evitasse deslocamentos durante os momentos mais críticos do vendaval.
De acordo com o Climatempo, o episódio surpreendeu por ocorrer sem chuvas fortes ou tempestades, o que foge ao padrão típico desses sistemas.
Colapso na energia atinge recorde e reacende debate sobre falhas da Enel
O evento climático provocou o maior apagão do ano na capital paulista, deixando 2,2 milhões de pessoas sem luz. Somente na cidade de São Paulo, mais de 1 milhão de consumidores foram afetados — cerca de 23% dos clientes da Enel.
Na manhã seguinte (11), 1,5 milhão de pessoas ainda estavam sem energia. Na sexta-feira (12), 799 mil consumidorespermaneciam no escuro na região metropolitana, sendo 580 mil na capital.

Em nota, a Enel afirmou ter mobilizado 1.600 equipes para restabelecer o serviço e chamou o episódio de “vendaval histórico”. A empresa alegou que a queda intensa de árvores e galhos comprometeu boa parte da rede.
A concessionária, no entanto, voltou a ser alvo de críticas de autoridades e especialistas. Desde o apagão de novembro de 2023 — quando ventos acima de 100 km/h deixaram milhões de clientes vários dias sem energia — a atuação da Enel tem sido questionada.
Outras distribuidoras também registraram problemas, mas em menor escala. Segundo a Arsesp, até as 22h de quinta-feira, 50 mil clientes de CPFL, Neoenergia Elektro, Energisa Sul-Sudeste e EDP SP permaneciam sem luz.
Transportes e rotina urbana também foram afetados
A ventania provocou:
- suspensão temporária de linhas de transporte;
- fechamento preventivo de parques;
- lentidão acentuada no trânsito;
- queda de postes e galhos em vias movimentadas.
No setor aéreo, o Aeroporto de Congonhas teve cancelamentos em massa. Na quarta-feira, foram 88 chegadas e 93 partidas canceladas. Na quinta, 67 chegadas e 54 partidas também não ocorreram. Nesta sexta-feira, a concessionária Aena informou que as operações voltaram à normalidade, com apenas três cancelamentos registrados até as 7h.




