Apesar da repercussão nas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro não deixará a prisão para participar de um novo filme em sua homenagem. A cinebiografia “Dark Horse” (“O Azarão”, em tradução livre), atualmente em produção, não conta com a presença de Bolsonaro nas filmagens nem depende de qualquer deslocamento do político. O longa-metragem é uma obra de ficção baseada em fatos reais, estrelada pelo ator norte-americano Jim Caviezel, e tem estreia prevista para o segundo semestre de 2026.
A confusão surgiu após a divulgação das primeiras imagens do filme, que reconstituem a facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora (MG), além de cenas de sua internação e momentos da corrida presidencial.
Dirigido por Cyrus Nowrasteh, o longa aborda a trajetória de Bolsonaro durante a eleição presidencial de 2018 e o atentado a faca que marcou a campanha. O roteiro é assinado por Cyrus e Mark Nowrasteh e tem como base textos escritos pelo deputado federal Mário Frias (PL-SP), que também participa do elenco.
As gravações começaram de forma sigilosa entre setembro e outubro de 2025, em São Paulo, com complementos previstos no México e nos Estados Unidos. Segundo veículos especializados, como o World of Reel, a produção adotou medidas rígidas de segurança, incluindo restrições ao uso de celulares no set, para evitar vazamentos.
Elenco internacional e abordagem controversa
O protagonista é interpretado por Jim Caviezel, conhecido por viver Jesus em A Paixão de Cristo (2004). Fora das telas, o ator se tornou figura polêmica por declarações alinhadas a teorias conspiratórias e por críticas públicas a vacinas, especialmente durante a divulgação do filme Som da Liberdade.
O elenco inclui ainda o mexicano Marcus Ornellas, no papel de Flávio Bolsonaro; o brasileiro Sérgio Barreto, como Carlos Bolsonaro; e o norte-americano Edward Finlay, interpretando Eduardo Bolsonaro. Michelle Bolsonaro é vivida pela atriz Camille Guaty, conhecida pela série Prison Break. As informações constam na plataforma IMDb.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Mário Frias reuniu cenas do filme que incluem o casamento de Bolsonaro com Michelle, o atentado, a cirurgia de emergência — interpretada pelo próprio Frias como médico — e momentos centrais da campanha eleitoral.
Narrativa heroica e elementos ficcionais
De acordo com informações publicadas pelo portal Metrópoles, o roteiro mistura fatos reais com elementos ficcionais e apresenta Bolsonaro sob uma ótica heroica. A trama inclui cenas ambientadas na Amazônia, supostos confrontos com traficantes e personagens indígenas, além de retratar o ex-presidente como alvo de conspirações envolvendo organizações criminosas e grupos de esquerda.
O atentado cometido por Adélio Bispo aparece com outro nome na narrativa, e a produção ainda sugere tentativas adicionais de ataque durante a recuperação do então candidato.




