No último sábado, celebramos o 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. Apesar de ser uma data importante para comemorar, também precisamos relembrar que, mesmo com todos os avanços, as mulheres ainda têm muito a conquistar.
Um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que, em 2024, as mulheres ganharam em média cerca de 22% a menos que os homens. A situação é ainda pior para as mulheres negras. Homens não negros ganharam, em média, mais do que o dobro (115%) do que mulheres negras.
Mulheres com ensino superior ganhavam em média 27% a menos que os homens. Entre as mulheres, o recorte de raça também mostra a desigualdade: “o rendimento médio das mulheres negras com ensino superior foi de R$ 3.964; o das mulheres não negras, de R$ 5.478, diferença de R$ 1.514”, revela o relatório.
A desigualdade continua presente nos cargos de liderança. Inclusive, segundo o relatório, a desigualdade aumenta à medida que a posição hierárquica sobe. Diretoras e gerentes ganham em média R$ 6.798. Homens nos mesmos cargos ganham em média R$ 10.126, quase 50% a mais.
Mulheres ainda dedicam muito mais tempo a afazeres domésticos
Ok, você provavelmente nem precisava que um relatório te contasse isso, mas é válido. Segundo dados do IBGE de 2022, as mulheres gastam em média 21,3 horas semanais com afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas, enquanto os homens gastam 11,7 horas por semana. “Ou seja, há uma sobrecarga de trabalho total entre as mulheres, o que acaba por penalizá-las em outras esferas da vida, como nas atividades de socialização, lazer, participação política e educação”, conclui o relatório.