Desde que assumiu (de novo) a presidência dos Estados Unidos, no início do ano, Donald Trump tem adotado uma política de aumento de impostos sobre importações que vem afetando os países parceiros, incluindo o Brasil. Um dos anúncios mais recentes foi o da taxação de 25% sobre o aço e alumínio. E o governo brasileiro já se declarou sobre a medida.
Após se reunir com representantes do setor da indústria do aço brasileira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou em conversa com jornalistas que a ordem do presidente Lula é negociar, não retaliar. “O presidente Lula falou ‘muita calma nessa hora’. Já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa”, afirmou Haddad, segundo a Agência Brasil.
O ministro afirmou que, durante a reunião, os executivos apresentaram argumentos “muito consistentes” de que a taxação, que entrou em vigor na última quarta (12), também não é um bom negócio para os Estados Unidos. “Vamos levar para a consideração do governo americano que há um equivoco de diagnóstico”, afirmou Haddad.
Taxação do aço pelos Estados Unidos pode impactar indústria nacional?
Infelizmente, a resposta é sim. Segundo o Instituto Aço Brasil, em 2022, os Estados Unidos compraram 49% do total do aço exportado pelo Brasil. O país é o maior comprador do aço nacional. Mas calma.
Em entrevista para a Agência Brasil, o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Carlos Delorme Prado, explicou que, para o conjunto da economia brasileira, o impacto não será tão grande. “O Brasil vai ter que redirecionar essas exportações, ou então, o que eu acho mais importante, tentar aumentar o consumo doméstico de aço. O Brasil tem alternativas. É diferente do México e do Canadá, que são muito mais dependentes do mercado americano”, explicou o professor.