Na terça-feira (18/03), o governo federal voltou a falar sobre o reajuste nos valores do Imposto de Renda, apresentando um projeto de lei que determina a ampliação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais, algo almejado desde o ano passado. O texto foi enviado para o Congresso Nacional e, junto com ele, também está a proposta de tributação mínima para a alta renda.
A intenção é que o texto seja analisado e aprovado ainda neste ano, para entrar em vigor em 2026. Com a nova faixa de isenção do IR, o governo visa beneficiar a classe média, sendo uma aposta do governo para tentar melhorar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está em seu pior índice desde o seu primeiro mandato.
O que muda com a nova isenção do Imposto de Renda?
Se o texto for aprovado pelo Congresso Nacional, a partir do ano que vem, quem ganha até R$ 5.000,00 por mês não precisará mais pagar Imposto de Renda. Atualmente, a faixa de isenção é de R$ 2.824,00. Para isso, a expectativa é de que haja um desconto especial.
O governo estima que a nova faixa de isenção beneficiará cerca de 10 milhões de pessoas, somando-se aos 10 milhões já beneficiados pelas mudanças anteriores. Com o levantamento feito pelo Ministério da Fazenda, 90% dos brasileiros pagam IR atualmente, o que corresponde a mais de 90 milhões de pessoas e, dessa forma, estarão na faixa de isenção total ou parcial.
Como vai ser o desconto no IR?
Já o desconto, vai começar em 100%, para aqueles que ganham até R$ 5 mil, e vai reduzindo gradualmente:
Renda mensal, em R$ | Desconto, em % | Imposto sem desconto, em R$ | Imposto final a pagar, em R$ |
R$ 5 mil | 100% | R$ 312,89 | R$ 0 |
R$ 5,5 mil | 75% | R$ 436,79 | R$ 203,13 |
R$ 6 mil | 50% | R$ 574,29 | R$ 417,85 |
R$ 6,5 mil | 25% | R$ 711,79 | R$ 633,57 |
R$ 7 mil | 0 | R$ 849,29 | R$ 849,29 |
Como vai funcionar a nova tributação?
Além da proposta da nova faixa do Imposto de Renda, o governo também propõe uma tributação mínima para a alta renda, como uma medida compensatória da ampliação da faixa de isenção do IR. “Esse grupo é composto por pessoas que recebem mais de R$ 600 mil por ano e que não contribuem atualmente com alíquota efetiva de até 10% para o Imposto de Renda. Esses contribuintes pagam atualmente uma alíquota efetiva média de apenas 2,54%”, explicou a pasta.