O SUS – o Sistema Único de Saúde – substituiu o teste citopatológico, popularmente conhecido como papanicolau, pelo exame molecular de DNA-HPV. Esse exame é para detectar HPV, vírus que pode causar vários tipos de câncer, incluindo o câncer do colo de útero. A substituição será gradual pelos próximos cinco anos.
A substituição faz parte de novas diretrizes para o diagnóstico de câncer do colo do útero, apresentadas pelo Inca. Agora, só falta a avaliação final da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde para a medida entrar em vigor.
Por que vão trocar o exame para detectar HPV?
Desde 2021, a Organização Mundial da Saúde recomenda o teste molecular como exame primário, já que ele é mais eficaz para identificar o vírus e, consequentemente, reduzir o número de casos e óbitos. O exame também permite identificar o subtipo do vírus, o que é muito útil, já que algumas variantes provocam lesões que podem evoluir para câncer.
“O teste DNA-HPV tem um valor preditivo negativo muito forte, ou seja, se a pessoa tiver resultado negativo, a gente pode de fato confiar nesse resultado. E, conhecendo a história natural da doença, a evolução das lesões, é uma margem segura aguardar cinco anos para fazer um novo teste”, explicou Itamar Bento, pesquisador da Divisão de Detecção Precoce do Inca – o Instituto Nacional do Câncer -, segundo o Agência Brasil.
HPV é principal causador desse tipo de câncer
“O papilomavírus humano, ou HPV, é o causador de mais de 99% dos casos de câncer decolo do útero, que é o terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras”, explica a Agência Brasil. O HPV também pode causar outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de orofaringe, de pênis e de vagina.