O Instagram e o WhatsApp, as duas redes sociais mais usadas pelos brasileiros, podem sofrer algumas mudanças em breve por causa de uma batalha judicial entre a Meta, a dona dessas duas empresas, entre outras, e a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC).
A FTC entrou com um processo contra a Meta, empresa comandada por Mark Zuckerberg, acusando ela de monopolizar o setor das redes sociais e adotar uma estratégia para eliminar suas novas concorrentes. Segundo a FTC, a Meta supostamente tem uma diretriz interna de “é melhor comprar do que competir”.
De acordo com a Fast Company Brasil, a decisão jurídica pode impactar não apenas o mercado, mas pode acabar redesenhando a forma como usamos redes sociais e como elas são juridicamente reguladas. Um dos impactos mais óbvio: a justiça norte-americana pode obrigar a Meta a se dividir e a vender algumas das suas aquisições – como o WhatsApp ou Instagram.
Por que a Meta comprou o Instagram e o WhatsApp?
Em 2012, o Facebook comprou o Instagram por US$ 1 bilhão. Dois anos depois, foi a vez do WhatsApp, por US$ 19 bilhões. Zuckerberg, que já foi chamado a depor, afirma que comprou o Instagram por causa da tecnologia de câmera do aplicativo. Porém, a ação movida pela FTC inclui mensagens do próprio CEO, datadas de 2012, falando sobre “neutralizar” o concorrente.
Dr. Steven Buckley, professor de sociologia digital da City Saint George’s University, opinou que uma separação da Meta facilitaria a regulação das plataformas. “Se [a Meta] for dividida, será mais fácil para os legisladores — e, portanto, para os reguladores — lidarem com alguns dos problemas das plataformas individualmente”, argumentou. “Tentar criar leis eficazes para cada uma delas e garantir que estejam realmente servindo aos seus usuários será muito mais simples.”
Buckley ainda opinou que o futuro dessas redes dependeria de quem comprasse os apps. Nas mãos de figuras controversas como Elon Musk, talvez essas redes teriam uma fuga de usuários. “Se for vendido para alguma firma de capital de risco pouco conhecida e eles colocarem um CEO desconhecido no comando, não acho que veremos ninguém abandonando plataformas como o Instagram tão cedo”, acrescentou o professor.