Inicialmente pensado como um medicamento para o tratamento de diabetes, Ozempic se tornou uma febre nos últimos anos por causa de um dos seus efeitos colaterais: a perda de peso. A empresa responsável, a Novo Nordisk, até desenvolveu uma “variedade” do Ozempic especialmente para o tratamento de obesidade: o Wegovy. Mas onde o Mounjaro entra nessa história? Resposta rápida: não, eles não são a mesma coisa.
Aprovado pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – no ano passado, o Mounjaro é sintetizado pela Eli Lilly do Brasil e alguns estudos até apontam que ele é mais poderoso do que o Ozempic para a perda de peso.
Qual a diferença entre o Mounjaro e o Ozempic?
Tassiane Alvarenga, endocrinologista e metabologista pela USP (Universidade de São Paulo), explicou à CNN que a grande diferença entre os medicamentos está na composição. O Mounjaro é composto de tirzepatida, enquanto o Ozempic (e o Wegovy) é feito de semaglutida.
A tirzepatida é uma molécula que estimula a ação do GLP-1 e do GIP, hormônios produzidos no intestino e liberados após as suas refeições. A semaglutida também é da classe dos análogos ao hormônio GLP-1. A atuação dos dois medicamentos é parecida: eles atuam na secreção da insulina pelo pâncreas para manter o controle de açúcar no sangue.
“O Mounjaro induz à sensação de saciedade, ou seja, o tempo entre comer e ficar satisfeito. É um efeito mais duradouro do que a perda do apetite, que é a principal característica do Ozempic”, explica a especialista. “A perda de apetite da semaglutida se deve à estagnação da comida no estômago, enquanto a tirzepatida mantém a taxa metabólica e a perda de gordura independente da ingestão calórica”, afirma a CNN.