Em 2024, um novo alerta tem tirado o sono dos brasileiros: o crescimento acelerado de golpes bancários. Com mais de 520 mil reclamações registradas apenas neste ano, o cenário é preocupante.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revela que, apesar dos cerca de R$ 5 bilhões investidos em segurança e prevenção a fraudes, os crimes financeiros seguem se sofisticando e impactando diretamente o bolso da população — com perdas que ultrapassam R$ 10,1 bilhões.
Segundo Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban os bancos estão investindo massivamente no combate ao crime. “Temos investido constantemente e de maneira massiva em campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações de marketing em TVs, rádios e redes sociais. E no ano passado foram investidos cerca de R$ 5 bilhões em segurança e prevenção a fraudes e crimes cibernéticos”, afirma.
Golpes mais comuns e como evitá-los
Entre os crimes mais aplicados, o golpe do WhatsApp lidera com 153 mil ocorrências. Nele, criminosos tentam clonar o aplicativo da vítima e, para isso, pedem o código de verificação por SMS, se passando por atendentes de empresas ou lojas. A recomendação é ativar a verificação em duas etapas no aplicativo e nunca compartilhar códigos de segurança.
O golpe da falsa venda aparece logo em seguida, com 150 mil registros. Sites e perfis falsos oferecem promoções milagrosas, muitas vezes em redes sociais. Produtos com preços muito abaixo do mercado são o principal sinal de alerta. Antes de efetuar qualquer compra, é essencial pesquisar sobre a loja e optar por sites confiáveis.
O phishing — também chamado de pescaria digital — continua fazendo vítimas com links falsos enviados por e-mail ou mensagens. Ao clicar, a vítima pode acabar fornecendo dados pessoais e bancários sem perceber. Para se proteger, evite clicar em links desconhecidos e mantenha antivírus e sistemas operacionais atualizados.
Outro esquema recorrente é o falso investimento. Sites fraudulentos e perfis em redes sociais prometem ganhos rápidos e altos rendimentos. Os criminosos ainda simulam depoimentos falsos para atrair vítimas. O ideal é sempre verificar se a empresa é autorizada por órgãos oficiais e desconfiar de retornos financeiros fora da realidade de mercado.
Golpes presenciais e de engenharia social também crescem
Além dos ataques digitais, golpes que envolvem contato direto com a vítima continuam sendo aplicados. Um dos mais perigosos é o golpe da falsa central telefônica, no qual o golpista liga se passando por funcionário do banco, alega irregularidades na conta e induz o cliente a realizar transferências ou fornecer dados sigilosos.
Já no golpe do falso motoboy, a vítima é convencida a cortar o cartão supostamente clonado e entregá-lo a um mensageiro. No entanto, mesmo cortado ao meio, o chip continua funcionando e pode ser utilizado para compras. A Febraban reforça que nenhum banco envia representantes para recolher cartões.
Outras armadilhas incluem o golpe da mão fantasma, em que a instalação de um aplicativo falso dá acesso completo ao celular da vítima, e a troca de cartão durante compras em maquininhas, onde golpistas se aproveitam da distração do cliente.
Cuidado redobrado com boletos e empréstimos
O golpe do falso boleto se aproveita da desatenção no momento do pagamento. Os criminosos modificam os dados bancários, fazendo com que o valor pago vá para contas de terceiros. Já o golpe da devolução de empréstimo envolve a contratação fraudulenta de um crédito em nome da vítima, seguida de um pedido de devolução para uma conta indicada pelos golpistas.
A orientação geral é sempre desconfiar de contatos que solicitem senhas, códigos ou transferências. Em caso de suspeita, a recomendação é desligar imediatamente e entrar em contato com o banco por um canal oficial — e sempre de outro aparelho.