Dependendo da sua idade, a cobertura da morte do Papa Francisco, que faleceu na última segunda (21), talvez tenha sido a primeira vez em que você soube que o nome dele não era realmente Francisco, e sim, Jorge Bergoglio. É uma tradição entre os papas escolherem os nomes pelos quais querem ser chamados durante o pontificado. Mas nem sempre foi assim.
Quando começou a tradição dos papas trocarem de nome?
Durante a Antiguidade e a Idade Média, os papas mantinham seus nomes de batismo. A mudança de nome começou no século VI. João II, eleito papa em 533, tinha como nome de batismo Mercúrio. Além de um planeta, Mercúrio também é um dos deuses da mitologia romana. Para evitar a associação com um deus de outra religião, o líder escolheu se chamar João, em homenagem a um dos apóstolos de Jesus.
Depois de João II, de tempos em tempos, um papa decidia trocar de nome em homenagem a alguém. Mas a tradição se consolidou de vez em 983. Nascido Pietro Canepanova, o papa escolheu o nome João XIV. Em 996, Bruno Von Kärnten escolheu ser chamado de Gregório V. Foi aí que a troca de nome virou regra.
“A mudança de nome significa assumir uma missão específica, uma função. Deste modo, muitos padres e religiosos passam a assumir um novo nome também quando entram na vida religiosa”, explicou o professor Felipe Aquino à Canção Nova.
Na Bíblia, é comum vermos histórias de Deus dando novos nomes a discípulos como forma de estabelecer um novo propósito. O primeiro apóstolo, Simão, foi renomeado como Pedro por Jesus, por exemplo.