Um ano depois das enchentes que devastaram o estado, o governo do Rio Grande do Sul planeja um investimento, no mínimo, curioso: uma cidade de data centers, que abrigam servidores de armazenagem e processamento de dados e vem ganhando importância com a popularização crescente da Inteligência Artificial.
A “cidade” é um empreendimento da empresa Scala, que planeja erguer a cidade no município de Eldorado do Sul, que foi completamente destruído pelo desastre natural do ano passado. “É a oportunidade de transformar o Rio Grande do Sul no novo Vale do Silício no Brasil”, comemorou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo (PP), segundo o Repórter Brasil.
O Scala Al City vai receber um investimento inicial de R$ 3 bilhões. De acordo com dados do governo, acessados pelo Repórter Brasil, o investimento total pode chegar R$ 500 bilhões, meio trilhão de reais.
Cidade de data centers gera preocupação ambiental
O Brasil ainda não tem uma legislação específica sobre licenciamento ambiental de data centers, mas vale ressaltar que esse tipo de empreendimento utiliza volumes significativos de água e energia, além de gerar uma alta quantidade de lixo eletrônico.
“Esse tipo de impacto precisa ser previsto no licenciamento, é importante que não haja isenção desses estudos para qualquer empreendimento, porque depois quem vai precisar pagar para corrigir e mitigar os impactos é a sociedade, os governos. É uma questão de economia e de justiça”, destacou o hidrólogo Iporã Brito Possantti ao Repórter Brasil.
A previsão é que a Scala AI City tenha uma capacidade de 4,75 GW quando estiver funcionando a todo vapor. Para fins de comparação, a quarta maior hidrelétrica do Brasil, a usina de Jirau, em Rondônia, gera 3,8 GW de energia.




