Após a morte do Papa Francisco, surgiram nas redes sociais rumores de que o atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria alguma influência na escolha do novo líder da Igreja Católica. A informação é falsa.
Trump apenas viajou ao Vaticano para o funeral do pontífice no sábado (26), acompanhado de sua esposa, Melania Trump, e outros membros da comitiva americana.
Funeral do Papa Francisco
Segundo informações oficiais, além do casal, estavam presentes Susie Wiles (chefe de gabinete), Steven Cheung (diretor de comunicação), Michael Waltz (conselheiro de segurança nacional) e Dan Scavino (chefe de gabinete adjunto).
Também participaram 15 parlamentares americanos, entre deputados e senadores, de ambos os partidos. A presença de Trump, portanto, não foi isolada, nem exclusiva, e tampouco tem relação com o processo de escolha do novo papa.
Apesar da presença de Trump no funeral e de movimentos políticos de bastidores — como a nomeação, no final do ano passado, de Brian Burch, crítico de Francisco, para o cargo de embaixador dos EUA junto à Santa Sé —, o Presidente americano não tem qualquer poder formal sobre o processo de escolha do próximo papa.
Conclave
A eleição do sucessor de Francisco é conduzida pelo Colégio de Cardeais, formado por 135 cardeais com menos de 80 anos, e segue um rito religioso e político interno à Igreja. Eles se reúnem em conclave na Capela Sistina e elegem o novo pontífice por votação secreta, exigindo maioria qualificada de dois terços dos votos.
Embora analistas apontem que 108 cardeais tenham sido nomeados por Francisco, o que poderia sugerir uma continuidade de sua linha, a dinâmica do conclave é complexa. Não existe garantia de que todos os indicados por Francisco votarão em um sucessor alinhado a seu pensamento. Além disso, se surgir um nome opositor forte nas primeiras votações, este poderá conquistar apoio suficiente para vencer com um discurso de retorno às tradições da Igreja.
O papel de governos estrangeiros, como o dos Estados Unidos, é meramente de observação e influência indireta no cenário político mais amplo. Dentro da Capela Sistina, quem decide o novo papa são apenas os cardeais, guiados, segundo a doutrina católica, pela inspiração divina — e não por pressões externas.
Assim, Donald Trump não tem, nem terá, qualquer papel na escolha do novo líder da Igreja Católica.