No último domingo (27), um policial penal foi preso na Zona Norte do Rio de Janeiro tentando entrar em um presídio com maconha escondida em potes de whey protein. Vinícius da Silva Vianna estava tentando burlar a segurança do Presídio Ary Franco para entrar as drogas. Além dos potes de whey, ele também “disfarçou” 1kg de maconha seca e prensada dentro de uma embalagem de café.
O flagra aconteceu durante a Operação Scanner, que intensificou a fiscalização na entrada do presídio e chamou a atenção justamente pela criatividade. No dia anterior, no sábado (26/04), rolou outro flagra curioso, dessa vez no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. O pai de um detento foi encontrado transportando uma substância semelhante à cocaína líquida em frascos de xarope.
Mas existe whey de maconha?
A resposta é: mais ou menos. O whey protein ganhou uma versão à base do pó do cânhamo, uma variedade da cannabis com baixíssimo teor de THC, substância que causa dos efeitos psicoativos da droga. Ou seja: se você tomar esse suplemento, você não vai ficar doidão durante o treino.
Em entrevista para a Veja Saúde, o nutricionista Gustavo Duarte Pimentel, colaborador da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), explicou que o cânhamo tem proteínas de alta qualidade, mas também contém fatores anti-nutricionais, o que faz com que nem todos os nutrientes sejam absorvidos durante o consumo.
O nutricionista também destacou que existem poucos estudos comprovando a eficiência do cânhamo nesse contexto, como um suplemento. “O whey tradicional é mais completo em aminoácidos essenciais, principalmente a leucina. Além disso, é praticamente isento de fatores anti-nutricionais e a digestão tende a ser melhor, pois na versão tradicional quase não há fibras”, explicou Pimentel à Veja.