Já ouviu aquele ditado: “quando o gato sai, os ratos fazem a festa?”. Parece que ele se aplica bem aqui. O cardeal Juan Luis Cipriani está atualmente no Vaticano, participando das atividades do “pré-conclave”, o processo de escolha do próximo papa. O porém é que Cipriani havia sido forçado pelo falecido Papa Francisco a se exilar.
O peruano foi um dos religiosos mais influentes do Peru, além de ser parte de uma ala mais conservadora do clero. Há 40 anos, ele foi acusado de abusar sexualmente de um adolescente, algo que ele nega.
Em 2019, o Papa Francisco forçou o cardeal a um tipo de exílio, não podendo fazer declarações nem usar os hábitos ou os símbolos de sua posição como cardeal. Além disso, ele também não poderia participar do próximo conclave. Atualmente, o cardeal tem 81, então já não seria possível ele participar.
Cardeal acusado de abuso está atualmente no Vaticano
Cipriani está no Vaticano e foi fotografado mais de uma vez usando as vestes de cardeal que Francisco havia proibido que ele usasse. Em uma carta aberta defendendo sua inocência, o cardeal afirma que, em 2020, Francisco permitiu que ele retomasse suas atividades. Segundo o GLOBO, o Vaticano tem evitado perguntas sobre o peruano.
Gareth Gore, autor de vários livros sobre a Opus Dei, afirmou à AFP que o ato foi “enormemente provocador”. “É uma afronta à autoridade do papa morto e uma demonstração de força da ala ultraconservadora da Igreja antes do próximo conclave”, declarou Gore.
“Cipriani e os cardeais que permitam que ele faça isso revitimizam a vítima denunciante, o que é imperdoável”, criticou comunicado da Rede de Sobreviventes do Peru. “É uma mensagem preocupante que afeta a confiança nos critérios da eleição do próximo pontífice.”