O mês de maio de 2025 será marcado por mudanças climáticas significativas no Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que serão atingidas por um fenômeno conhecido como veranico — um período de estiagem temporária e calor acima da média, típico do outono.
Segundo especialistas do Climatempo e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o veranico ocorre quando uma massa de ar seco bloqueia a chegada de frentes frias, impedindo a formação de chuvas e mantendo as temperaturas elevadas.
Isso significa que, mesmo em um período tradicionalmente mais ameno, as tardes poderão registrar aumento de 3°C a 5°C, com quedas na umidade relativa do ar até o dia 10 de maio, especialmente no leste de Mato Grosso do Sul e centro-sul de São Paulo.
A previsão para essas regiões aponta volumes de chuva abaixo da média, com exceção de algumas áreas pontuais que poderão registrar acumulados acima de 100 mm. A estiagem pode gerar impactos no abastecimento dos reservatórios de hidrelétricas, como os da Usina de Furnas, e pressionar o uso de termoelétricas, o que tende a encarecer a conta de luz, como alerta o Inmet.

Resto do país em cenário contrário
Enquanto isso, no Sul do país, o cenário é oposto: chuvas dentro ou acima da média devem atingir áreas como o oeste do Paraná, com acumulados superiores a 100 mm. Já no Norte e Nordeste, a previsão é mais variada, com chuvas intensas no litoral nordestino, especialmente entre o Ceará e a Bahia, onde volumes podem superar 150 mm. No Norte, as precipitações serão mais concentradas em áreas do Amazonas, Pará e Amapá.
Outro fenômeno previsto para maio é a friagem, que ocorre quando massas de ar frio vindas do sul avançam até o Norte, derrubando as temperaturas de forma abrupta em áreas como Acre e Rondônia.
Mesmo com a presença dessas frentes frias, a temperatura média no país deve se manter acima dos 22°C, exceto em regiões elevadas do Sul e Sudeste, onde os termômetros podem cair para menos de 15°C.
O impacto do veranico também deve ser sentido na agricultura, principalmente no Centro-Oeste e no MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde a redução das chuvas pode afetar culturas como o milho e o feijão da segunda safra, especialmente durante a fase de floração, que exige maior disponibilidade hídrica.