O TikTok deixou de ser apenas uma plataforma de vídeos curtos e virais: agora, também quer ser o shopping center digital preferido dos brasileiros. Com o lançamento oficial do TikTok Shop no Brasil, nesta quinta-feira (8), a rede social inaugura um novo capítulo do chamado social commerce — onde consumo e entretenimento se misturam em tempo real.
Com mais de 111 milhões de usuários ativos no país, o Brasil é hoje o terceiro maior mercado do TikTok no mundo. A estratégia é clara: transformar visualizações em vendas. Agora, produtos poderão ser comprados diretamente dentro do app, em vídeos no feed, transmissões ao vivo e vitrines de perfis — tudo com poucos cliques e sem sair da plataforma.
Criadores de conteúdo ganham um papel central nesse ecossistema: ao indicarem produtos em seus vídeos, podem receber comissões por venda por meio do Programa de Afiliados. Ou seja, influenciadores viram também vendedores com credibilidade, e seus seguidores, consumidores prontos para a compra impulsiva.
Impacto bilionário no e-commerce
De acordo com projeções do banco Santander, o TikTok Shop pode movimentar até R$ 39 bilhões no Brasil até 2028, representando entre 5% e 9% de todo o comércio eletrônico nacional. Para se ter uma ideia do impacto, nos Estados Unidos, a entrada da funcionalidade desacelerou o crescimento de vendas da Amazon de 9% para 2%.
Segmentos como beleza, moda, cuidados pessoais, saúde e eletrônicos devem liderar as vendas, seguindo os conteúdos preferidos do público da plataforma, composto majoritariamente por jovens de 18 a 24 anos — 81% deles ativos diariamente, especialmente entre 18h e meia-noite, horário nobre de engajamento.
A batalha do varejo agora é no feed
Empresas e pequenos empreendedores podem se cadastrar no Seller Center, enviar documentos e configurar sua loja virtual com integração direta aos vídeos. O processo é simples e atrativo, com comissões mais competitivas que marketplaces tradicionais como Shopee, Mercado Livre e Amazon.
Com esse movimento, o TikTok não apenas entra na briga pelo varejo digital — ele muda as regras do jogo, fundindo consumo e entretenimento de forma inédita. E se depender da impulsividade típica do scroll infinito, a previsão é certeira: os usuários vão mesmo gastar muito dinheiro.




