Nesta quarta-feira (14), a Polícia Federal vai cumprir mandados da segunda fase da Operação Sem Desconto, que deflagrou um esquema bilionário de fraude no INSS – o Instituto Nacional do Seguro Social. A primeira fase da operação aconteceu no dia 21 de abril e resultou na demissão de Alessandro Stefanutto, o então presidente do Instituto.
De acordo com o g1, os alvos dos mandados dessa segunda fase são o casal Cícero Marcelino de Souza Santos e Ingrid Pikinskeni Morais Santos. Segundo a PF, Cícero era assessor de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer – a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil. A Conafer é uma das entidades acusada de fazer descontos indevidos de aposentados do INSS.
“Uma trilha financeira suspeita envolve a associação em que Carlos Roberto Ferreira Lopes é Presidente, a Conafer, que recebeu mais de R$ 100 milhões do Fundo do RGPS/INSS”, afirmam documentos da investigação. “Parte desse valor, R$ 812 mil, foi repassado para a Carlos Roberto Ferreira Lopes, que, em seguida, direcionou a Cícero Marcelino, a Ingrid Pikinskeni e a algumas das empresas do casal.”
Carros do casal foram apreendidos e, segundo o g1, o objetivo da segunda fase é encontrar outros patrimônios que os investigados podem estar tentando ocultar.
Fraude do INSS
A Polícia Federal revelou que entidades e associações que oferecem serviços a aposentados e beneficiários do INSS cadastravam essas pessoas sem autorização, muitas vezes com assinaturas falsas, passando a cobrar mensalidades pelos “serviços” diretamente na folha de pagamento de aposentados. O esquema começou em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro, e continuou no terceiro mandato de Lula até recentemente.