Após o sucesso mundial de “Ainda Estou Aqui”, o cinema brasileiro ganhou outros olhos para a indústria e novos prêmios estão surgindo, com o reconhecimento do trabalho nacional que está há anos tentando ter espaço. Desta vez, a novidade é o curta-metragem “Alice”, que acaba de vencer o Festival Hot Docs, qualificando-se para disputar o Oscar 2026 na categoria Melhor Documentário em Curta-Metragem.
Dirigido por Gabriel Novis é coproduzido pela Los Films e pela MyMama Entertainment, o curta se destacou nos festivais internacionais e conquistou o prêmio na categoria Documentário Internacional em Curta-Metragem. A partir desse reconhecimento, “Alice” poderá disputar uma vaga para concorrer na mesma categoria pelo Oscar no próximo ano, tendo a chance de emplacar mais uma produção brasileira na principal premiação da indústria cinematográfica.
Detalhes sobre o curta-metragem Alice
Na trama, acompanhamos a história de Alice, uma jovem trans de Alagoas que é multiartista e amiga de infância do diretor. Como válvula de escape, ela encontra no surfe uma forma de superar a morte do pai. Com uma narrativa intimista, o filme é conduzido pela própria protagonista, mostrando locais marcantes de sua juventude pelo estado e traz uma reflexão sobre a elitização, a misoginia e a transfobia na comunidade surfista.
“Quando eu era criança, achava que eu não tinha sotaque. Achava que era coisa de quem era de São Paulo, do Rio de Janeiro. Mas eu não, achava que Maceió era um limbo, que não acontecia muita coisa na cidade. Mas então eu descobri Djavan e que ele é de Maceió, Hermeto Pascoal também de Alagoas, né, olho d’água das flores. Foi quando me dei conta que pertencia a um lugar real, que ocupa um espaço e que ressoa por outros cantos”, explica Alice.