A hidrocefalia é uma condição cuja principal característica, o excesso de líquido no cérebro, faz com que ela seja constantemente confundida com a Doença de Alzheimer ou o Mal de Parkinson. A boa notícia é que existe um tratamento eficaz para essa condição e o diagnóstico correto pode evitar anos de sofrimento.
O nosso cérebro já contém líquido naturalmente: o líquor, ou líquido cefalorraquidiano, que protege o órgão de impactos, mantem ele nutrido e remove resíduos. Porém, como explica a coluna Letra de Médico da Veja, quando acontece um desequilíbrio na produção, circulação ou absorção desse líquido, ele se acumular nas cavidades ventriculares do crânio, o que aumenta a pressão sobre o cérebro, afetando funções cerebrais.
O Portal Drauzio Varella explica que a doença pode ser congênita – presente desde o nascimento – ou adquirida. Nos casos que ela é adquirida, pode ser causada por infeções, tumores cerebrais, AVCs, hemorragias e traumatismos cranianos.
Por que a hidrocefalia é confundida com Alzheimer?
Em idosos, os principais sintomas de condição são incontinência urinária, falhas na memória e alterações na forma de caminhar, como lentidão excessiva ou dificuldade de coordenação. Esses sintomas são muito comuns em doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, o que explica por que elas podem ser confundidas. “Estudos indicam que até 6% das pessoas com mais de 80 anos podem ter hidrocefalia sem saber, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador”, afirma a coluna Letra de Médico.
Exames como tomografia computadorizada e ressonância magnética ajudam a diagnosticar a condição. Hoje em dia, o tratamento oferece soluções poucos invasivas, como a derivação ventrículo-peritoneal, em um cateter é usado para redirecionar o excesso de líquido para o abdome, onde ele é reabsorvido pelo próprio corpo. Com o tratamento adequada, idosos que sofrem de hidrocefalia podem ter uma enorme recuperação, voltando a caminhar, recuperando a memória e retomando um grau de autonomia.