Em meio à febre do bebê reborn, as bonecas ultrarrealistas imitando bebês, começaram a surgir até projetos de lei sobre o assunto. De acordo com o Google Trend, as buscas pelo termo multiplicaram em quase sete vezes desde o início do mês. Um dos projetos foi o Dia da Cegonha Reborn, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Proposto pelo vereador Vitor Hugo (MDB), o projeto de lei 1.892 de 2023 foi aprovado na Câmara no dia 8 de maio, e agora segue para sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD). A ideia do projeto é homenagear os artesãos responsáveis pelos bebês reborn.
“O nascimento de um bebê é um momento singular na vida de uma mulher, e não é diferente para as mamães reborn, porém, os seus filhos são enviados por cegonhas, sendo esse o nome conferido às artesãs que customizam bonecas para se parecerem com bebês reais”, afirma a justificativa do vereador.
Bebê reborn pode ser usado como apoio emocional, justifica vereador
“A arte da Cegonha Reborn também tem sido utilizada em diversos países como forma de lembrança de um filho pequeno ou de um bebê que não sobreviveu e tem contribuído para transformar os adultos colecionadores em mamães e papais, que passam a adotar essas experiências em suas vidas reais”, continua a justificativa do vereador.
O site Terra conversou com o psicólogo Guilherme Cavalcanti, que atende na Segmedic, rede de clínicas ambulatoriais do Rio de Janeiro, sobre os bebês reborn. Ele afirmou que o reborn pode sim ser uma ferramenta terapêutica em casos de pessoas que perderam seus filhos ou com traumas afetivos. Mas ele também alerta para os limites, destacando que tratar a boneca como uma criança real leva a uma dependência afetiva, e nesses casos é preciso buscar acompanhamento psicológico.