O aumento do preço dos alimentos foi uma das principais fontes de dor de cabeça para os brasileiros ao longo de 2024 e, infelizmente, parece que o problema não deve ir embora por um bom tempo. De acordo com dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), no primeiro trimestre de 2025, a alimentação aumentou 2,56% acima do 1,37% da inflação geral.
“A era da comida barata acabou”, afirmou o pesquisador Rob Vos, do Instituto Internacional de Pesquisas sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês), à BBC. “O mundo precisa se adaptar a esta nova realidade.”
E esse problema não é apenas no Brasil. No mundo todo, os preços de alimentos chegaram aos seus preços mais altos nos últimos 60 anos. A última vez em que os preços dos alimentos ficaram tão altos foi durante a crise do petróleo de 1973, que encareceu o transporte e a produção deles, entre vários outros setores.

Por que os alimentos estão tão caros?
Em 1973, foi uma crise lá no Oriente Médio que deixou os alimentos mais caros para todo mundo. Dessa vez, podemos colocar boa parte da culpa no conflito entre Ucrânia e Rússia. Segundo matéria da BBC, o conflito no leste europeu desestabilizou o mercado de alimentos, principalmente por causa do aumento do preço dos fertilizantes.
“O gás natural é fundamental para a produção de fertilizantes. O preço do produto já era alto, mas disparou ainda mais em 2022, quando o conflito na Ucrânia fez subirem os preços do gás, gerando ainda mais pressão sobre os valores dos alimentos”, explica a BBC.
Mas ainda existem outros fatores (infelizmente mais duradouros) para o aumento do preço dos alimentos: a crise climática, que prejudica as produções agrícolas por todo o mundo, diminuindo seu rendimento e, consequentemente, deixando a comida mais cara.