O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quarta-feira (21) uma nova suspeita de gripe aviária no Brasil, elevando para oito o total de casos em apuração. O novo foco envolve uma galinha doméstica criada em Gaurama, município do norte do Rio Grande do Sul. O estado tem sido o epicentro das notificações mais recentes, incluindo o primeiro registro da doença em uma criação comercial, no município de Montenegro.
Outros dois casos em território gaúcho, em Triunfo (aves domésticas) e Derrubadas (ave silvestre), também estão sob análise. A investigação anterior em Estância Velha foi descartada. No total, o país já recebeu quase 4 mil notificações desde 2022, todas relacionadas à Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves — classificação associada à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
Apesar de o Mapa afirmar que casos em aves domésticas ou silvestres não impactam as exportações de carne de frango, o risco de disseminação do vírus entre criações comerciais é considerado alto. O Brasil, que figura entre os maiores exportadores mundiais do setor, está em alerta máximo.
Cientistas temem mutação do vírus e risco real de nova pandemia
Segundo o consórcio Global Virus Network (GVN), o vírus chegou até à Antártida, sendo detectado em pinguins — um indicativo da alta adaptabilidade da cepa. Cientistas temem que a falha na vigilância em zonas de contato entre animais e humanos esteja permitindo que o vírus evolua silenciosamente e adquira capacidade de transmissão sustentada entre humanos.
Caso isso ocorra, o mundo poderá enfrentar uma nova pandemia já em 2025, alertam especialistas ouvidos pela BBC e por outras redes científicas. A grande preocupação está na possibilidade de coinfecção entre a gripe aviária e a gripe sazonal, o que poderia acelerar mutações perigosas e tornar o vírus mais transmissível.
A taxa de letalidade histórica da gripe aviária H5N1 em humanos é de cerca de 50%, mas até o presente momento o H5N1 ainda não está transmissível entre pessoas.
Com o Brasil agora entre os países com casos em investigação ativa, especialistas recomendam que a população esteja atenta às orientações das autoridades de saúde e que o poder público intensifique os esforços preventivos para conter qualquer risco de escalada.
			



