Uma nova onda de golpes tem atingido aposentados e pensionistas do INSS em todo o país. A fraude, embora não seja inédita, ganhou força nas últimas semanas com o pretexto de revisar aposentadorias e devolver valores supostamente pagos a mais. Os criminosos, geralmente se passando por advogados previdenciários ou representantes do próprio INSS, convencem as vítimas a pagar taxas antecipadas para liberar a falsa restituição.
Os criminosos estão explorando uma situação que de fato existe: os descontos indevidos de mensalidades associativas. Segundo o Ministério da Previdência Social, esses valores foram retidos em abril e serão devolvidos automaticamente na folha de pagamento entre os dias 26 de maio e 6 de junho. Não é necessário realizar nenhum cadastro ou pagamento para receber esse dinheiro.
Casos anteriores a abril estão sendo analisados por um grupo da Advocacia Geral da União (AGU), que definirá a forma correta de devolução. O governo já confirmou que não entra em contato direto com beneficiários para tratar desses ressarcimentos.
Como o golpe funciona
As abordagens mais comuns acontecem por telefone, mensagens de texto, e-mails e até redes sociais. Os golpistas afirmam ter identificado erros no cálculo da aposentadoria ou descontos indevidos de mensalidades associativas. A partir dessa suposta “descoberta”, oferecem intermediar a devolução dos valores. Para iniciar o processo, exigem o pagamento de uma “taxa administrativa” ou “honorário”.
Para tornar a história mais convincente, os criminosos enviam documentos falsificados e até links para páginas que imitam sites oficiais. Em alguns casos, solicitam dados pessoais, como o número do CPF, o que pode agravar ainda mais a situação, gerando riscos de vazamento e uso indevido das informações.
Como se proteger
A orientação oficial é clara: não clique em links enviados por mensagens, e-mails ou redes sociais que prometem consulta ou saque de valores atrasados. Para verificar se houve desconto de mensalidade associativa ou acompanhar informações sobre benefícios, o canal seguro é o Meu INSS (site ou aplicativo).
No portal, o segurado deve acessar “Consultar Benefício” e, em seguida, “Extrato de Pagamento”. Lá constam os valores pagos e os descontos aplicados, mês a mês.
O INSS reforça que não cobra taxas para revisar benefícios ou liberar pagamentos retroativos. Quem for vítima ou receber mensagens suspeitas pode denunciar os casos por meio da Central 135 ou do site gov.br/falabr.
Aposentados e pensionistas são o público mais visado por esse tipo de fraude. Por isso, o Ministério da Previdência recomenda atenção redobrada com qualquer oferta que envolva dinheiro fácil, ressarcimentos rápidos ou pedidos de pagamento antecipado.