Ele custa cerca de R$ 10, é vendido em lojas de produtos naturais e farmácias, e tem sido apontado como mais eficaz para saciedade do que suplementos caros como creatina e whey protein. Estamos falando do psyllium, uma fibra de origem vegetal que voltou aos holofotes por seus efeitos sobre o intestino e o apetite.
Derivado da casca da semente da planta Plantago ovata, o psyllium vem sendo usado há séculos por culturas como a indiana e a chinesa. No entanto, o que chama atenção hoje é a comparação com medicamentos modernos para emagrecimento, como o Ozempic (semaglutida) e o Mounjaro (tirzepatida).
Nas redes sociais, usuários compartilham relatos sobre como o suplemento promove saciedade prolongada, controla a fome e até auxilia na perda de peso.
Como o psyllium age no corpo
O segredo do psyllium está em suas fibras solúveis. Ao entrar em contato com a água, elas formam um gel espesso dentro do estômago, o que retarda o esvaziamento gástrico e aumenta a sensação de saciedade. Com isso, o cérebro recebe sinais de que o corpo está alimentado por mais tempo — e o impulso por beliscar entre as refeições pode diminuir.
Além disso, as fibras contribuem para:
- Regular o intestino e combater a constipação
- Controlar a glicemia, retardando a absorção dos açúcares
- Reduzir o colesterol, ao ajudar na eliminação de ácidos biliares
- Manter a saúde da microbiota intestinal, favorecendo a imunidade e até o humor
O nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein para a CNN, explica que o gel formado pelas fibras também serve de alimento para as bactérias boas do intestino, que produzem ácidos graxos benéficos — como o butirato —, essenciais para a integridade da mucosa intestinal.
Apesar dos muitos benefícios, o psyllium não deve ser visto como solução milagrosa. “Há uma grande diferença entre os efeitos das fibras e os resultados obtidos com medicamentos injetáveis para emagrecer”, alerta Cukier.
Psyllium não substitui uma alimentação equilibrada
Embora seja um suplemento útil, o psyllium não deve substituir o consumo de fibras naturais de frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas. Alimentos como maçã e aveia também são ricos em fibras solúveis com efeitos semelhantes aos do psyllium.
Por isso, antes de incluir o suplemento na rotina, o ideal é buscar orientação de um nutricionista, que poderá indicar a melhor dosagem conforme seu perfil e necessidades.