Um pedaço de vidro capaz de aguentar marteladas e até uma prensa hidráulica, mas que pode explodir com um leve toque no lugar certo. Esse é o fenômeno curioso das gotas do Príncipe Rupert.
Elas ganharam esse nome porque foi o Príncipe Rupert do Reno que apresentou esse curioso fenômeno à corte inglesa, lá no século XVII.
Essas gotas são criadas quando se deixar cair vidro derretido em água fria. Como explica a Revista Fórum, o choque térmico cria uma estrutura com o exterior extremamente resistente, enquanto o interior continua sob tensão. A cabeça da gota pode aguentar até 15 toneladas por centímetro quadrado, mas quebrar a ponta fina da cauda faz com que o pedaço de vidro exploda imediatamente em milhares de pedaços.
Ciência conseguiu explicar o mistério das gotas do príncipe Rupert?
Depois de séculos com cientistas tentando explicar o fenômeno desse vidro tão resistente e frágil ao mesmo tempo, o mistério finalmente foi compreendido em 2017. Srinivasan Chandrasekar, da Universidade de Purdue (Indiana, EUA) e Munawar Chaudhri, da Universidade Cambridge, estudaram as gotas usando um “polariscópio de transmissão, um tipo de microscópio que mede a dupla refração em um objeto transparente axissimétrico”, repercutiu o El País, na época.
Foi apenas assim que os cientistas conseguiram entender a dimensão da diferença instável da tensão na superfície e no interior das gotas. “As cabeças das gotas têm uma tensão de compressão de superfície muito mais alta do que se pensava: 700 megapascais, quase 7.000 vezes a pressão atmosférica. Essa camada de compressão superficial é também fina, aproximadamente 10% do diâmetro da cabeça do objeto”, explica o El País.
A única forma de quebrar o objeto, portanto, é criando uma fenda que chegue a essa zona de tensão, o que acontece quando quebramos a cauda.