O Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (4), durante o evento Conexão Pix, em São Paulo, o lançamento do Pix Automático, uma nova funcionalidade que promete transformar a forma como os brasileiros realizam pagamentos recorrentes — como contas de energia, mensalidades escolares, serviços de streaming, academias e outras despesas fixas.
A novidade estará disponível a partir do dia 16 de junho para pessoas físicas, inicialmente com empresas como recebedoras. A ferramenta permitirá que os usuários autorizem uma única vez o pagamento, que será debitado automaticamente na data programada, sem necessidade de ações manuais a cada cobrança.
Após conceder a autorização inicial, o pagador define limites de valor, periodicidade e pode configurar notificações. Antes de cada débito, o banco do pagador avisará com antecedência sobre a cobrança, garantindo total controle. As autorizações poderão ser canceladas a qualquer momento, e os pagamentos programados não impactam o limite do Pix comum.
A autorização poderá ser feita de várias formas:
- Notificação no aplicativo do banco;
- Site da empresa recebedora;
- QR Code ou Pix Copia e Cola;
- Via Open Finance, com integração de serviços entre instituições financeiras.
Benefícios para pagadores e recebedores
Segundo o Banco Central, o Pix Automático trará comodidade, facilidade e controle para os usuários.
“Será uma forma prática e segura de manter pagamentos em dia sem preocupações”, afirmou Renato Gomes, diretor do BC.
Já para empresas, a funcionalidade deve representar uma redução significativa nos custos operacionais de cobrança, eliminando a necessidade de convênios bilaterais como ocorre no débito em conta. A automatização também pode contribuir para a redução da inadimplência, uma vez que os pagamentos serão programados.
Outro ponto importante é que o Pix Automático será gratuito para quem paga, embora empresas recebedoras possam ser tarifadas, dependendo do contrato com seus bancos ou instituições de pagamento.
Segurança e regras de uso
A segurança do novo recurso segue o padrão do ecossistema do Pix. Em caso de cobrança indevida, será possível solicitar devolução por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED). A responsabilidade pelo ressarcimento caberá ao banco do pagador quando houver erro de gestão da autorização.
Apenas empresas com CNPJ ativo há mais de seis meses poderão ofertar a modalidade como forma de pagamento, uma medida que visa coibir fraudes e proteger os usuários.
Embora o Pix não elimine o boleto imediatamente, o lançamento do Pix Automático sinaliza um forte avanço rumo à digitalização total dos meios de pagamento, tornando obsoletos modelos tradicionais, mais burocráticos e onerosos.
Com mais de 160 milhões de usuários, o Pix se consolida como uma das soluções mais eficientes, rápidas e inclusivas do sistema financeiro brasileiro. A expectativa é que o novo recurso, por sua facilidade de uso e redução de custos, seja amplamente adotado por empresas e consumidores nos próximos meses.