A segurança digital dos usuários está em xeque. Um novo estudo realizado pelo Google em parceria com a Morning Consult revelou dados alarmantes sobre o aumento das fraudes online, especialmente nos Estados Unidos — mas com consequências e padrões que certamente se repetem em outros países, como o Brasil.
Segundo o levantamento, mais de 60% dos consumidores norte-americanos relataram aumento nas tentativas de golpe em 2024. E o mais preocupante: um terço das pessoas afirmou ter sido vítima de vazamento de dados pessoais no último ano. Em meio a esse cenário, o FBI informou que os cibercriminosos faturaram impressionantes US$ 16,6 bilhões com golpes digitais em 2024 — um salto de 33% em relação a 2023.
Apesar das diversas campanhas de conscientização, a maioria das tentativas de fraude ainda ocorre via mensagens de texto, conhecidas como smishing, embora 61% dos entrevistados também tenham relatado ataques via e-mail.
SMS e e-mail ainda são os principais vetores de fraude
O Google destaca que a segurança de contas de e-mail, como o Gmail, continua sendo uma das principais barreiras contra golpes. E alerta: não basta confiar apenas na senha — é fundamental adotar medidas mais robustas, como autenticação em duas etapas ou, preferencialmente, o uso de chaves de acesso (passkeys).
Mesmo diante do aumento dos crimes digitais, 60% dos usuários das gerações X e baby boomer ainda usam senhas tradicionais como principal método de login. Ainda mais preocupante é o fato de que metade dos entrevistados ainda anota suas senhas em pedaços de papel — uma prática que compromete completamente a segurança das contas.
Por outro lado, gerações mais jovens, como a Z e os millennials, já adotam métodos mais modernos, incluindo logins via redes sociais e início da adesão às chaves de acesso, um novo padrão de autenticação que está ganhando espaço.
O que são as chaves de acesso e por que elas são mais seguras?
As passkeys (chaves de acesso) substituem completamente o uso de senhas. Elas funcionam com base em criptografia de chave pública/privada via WebAuthn e são imunes a ataques de phishing, interceptações e roubo de credenciais.
Segundo a FIDO Alliance, entidade especializada em segurança digital, as passkeys eliminam o risco de:
- Roubo de senhas por phishing
- Preenchimento automático de credenciais
- Vazamentos de dados armazenados em servidores
“Com as chaves de acesso, não há senha para roubar e nenhuma informação que possa ser reutilizada por hackers”, afirma a organização.
O Google reforça que todos os usuários da internet deveriam considerar seriamente a migração para as passkeys, especialmente aqueles que usam contas com informações sensíveis (como bancos, redes sociais e e-mails profissionais).
Mas, para quem ainda prefere manter o modelo tradicional, a big tech lembra que disponibiliza gratuitamente duas ferramentas de segurança:
- Google Password Manager: gerenciador de senhas com preenchimento automático seguro.
- Google Authenticator: aplicativo de autenticação de dois fatores com códigos temporários.
Apesar disso, há indícios de que a própria empresa esteja preparando uma transição para métodos mais modernos, sinalizando que as senhas clássicas podem, em breve, se tornar obsoletas.