Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, alcançou um título curioso e desafiador: é a cidade mais densa do Brasil, segundo o Censo de 2022 do IBGE. São 13.416 habitantes por quilômetro quadrado em um território de pouco mais de 20 km², totalmente ocupado por construções.
Com 273 mil moradores em 2022 e estimativas que já apontam para 284 mil habitantes em 2024, o município tornou-se um verdadeiro “formigueiro humano”. Não há áreas rurais, nem terrenos livres — cada metro quadrado é disputado. O resultado é uma cidade que precisou trocar o crescimento horizontal por projetos verticais e requalificação urbana, numa tentativa de se reinventar diante da falta de espaço.
Quem cruza a divisa entre São Paulo e Taboão da Serra muitas vezes nem percebe. As áreas urbanas das duas cidades se fundem, em um fenômeno chamado conurbação, típico das grandes metrópoles. Essa proximidade com a capital paulista é um dos principais motivos que explicam a alta densidade: Taboão oferece localização estratégica, com acesso rápido à capital, o que atrai famílias que trabalham em São Paulo, mas buscam moradia em áreas mais acessíveis.
De pequeno núcleo rural ao topo do ranking nacional
O município surgiu no início do século XX como um pequeno núcleo rural ligado a Itapecerica da Serra. A emancipação veio em 1959, e o crescimento foi vertiginoso. Antigas chácaras e fazendas deram lugar a loteamentos e conjuntos habitacionais. Em poucas décadas, Taboão da Serra transformou-se completamente: 100% de seu território é urbanizado.
Hoje, a cidade supera em densidade até mesmo outras campeãs da aglomeração urbana, como Diadema (SP), São João de Meriti (RJ) e Osasco (SP).
Bons indicadores, grandes desafios
Apesar de parecer sufocada, Taboão da Serra apresenta bons índices sociais. O município tem taxa de escolarização de 98,5% entre crianças de 6 a 14 anos e um IDH municipal de 0,769, considerado alto. Esses fatores ajudam a explicar por que tantas pessoas escolhem viver ali, mesmo diante do espaço limitado.
Mas o desafio urbano é real. Cada quilômetro quadrado da cidade — o equivalente a 140 campos de futebol — abriga cerca de 13 mil pessoas. Isso significa que, em média, há 100 moradores por campo de futebol. A pressão sobre infraestrutura, trânsito e serviços públicos é constante, e o poder público busca soluções que conciliem qualidade de vida e crescimento sustentável.




