Nos últimos dias, o centro de São Paulo ficou um pouco mais vazio com o “sumiço” da Cracolândia, que chegou a reunir centenas de usuários na capital paulista. Mas, apesar do fluxo de usuários ter diminuído significativamente, isso não significa que a Cracolândia tenha “acabado” ou que o problema com dependência química realmente tenha diminuído.
Segundo o g1, o que aconteceu foi que os frequentadores da Cracolândia passaram a se distribuir pela cidade de São Paulo, dessa vez em pequenos grupos em locais como:
- Calçada do Bom Prato da Rua General Osório, no cruzamento com a Rua Mauá;
- Imediações do Terminal Princesa Isabel;
- Praça Marechal Deodoro — neste último ponto, em maior número.
Por que a Cracolândia se “dissolveu”?
A prefeitura da cidade afirma que tem atuado no local com “ações integradas voltadas à saúde, assistência social, trabalho, zeladoria e segurança pública”, o que resultou na redução de pessoas na área. Porém, o que comerciantes do centro relataram de forma anônima ao g1 é que aumentaram muito os casos de agressão contra usuários por parte da polícia.
“A [Polícia] Militar aparece e diz que não quer mais eles [usuários] aqui no Centro, que é ordem de cima para saírem. Se insistem em ficar nas calçadas, jogam gás de pimenta no rosto. Direto tem gás de pimenta, direto. Agora a maioria está indo para a Marechal Deodoro. No espaço de antes, eles [policiais] não deixam mais entrar”, contou uma comerciante da região. “Ontem eles saíram de vez. A semana inteira já estavam impedindo, mas ontem foi o fim. Eles não aguentam mais tanta agressão. Hoje ainda conversam, mas amanhã é o dia dos agressores mesmo, que já chegam com o cassetete batendo”, completou.
O g1 procurou a prefeitura de São Paulo para que ela se pronunciasse sobre as acusações, mas ainda não tinha obtido resposta até a publicação desse texto.