Com a estreia da série “Raul Seixas: Eu Sou”, no Globoplay, fãs do artista redescobrem episódios marcantes da vida e carreira do cantor. Mas, longe dos palcos e do Brasil, duas pessoas acompanham as homenagens com um olhar pessoal e silencioso: Simone Vanoy e Scarlet Seixas, filhas mais velhas de Raul, que vivem nos Estados Unidos desde a infância.
Ambas filhas de relacionamentos diferentes do artista, Simone e Scarlet cresceram sem contato entre si e, mais do que isso, sem a presença do pai. O primeiro encontro entre as duas aconteceu apenas na vida adulta, em 2012, durante as gravações do documentário “Raul — O Início, o Fim e o Meio”. O reencontro com o legado paterno veio, portanto, pela via da memória e da câmera, não da infância compartilhada.

Simone, de 54 anos, é a primogênita de Raul, filha de Edith Wisner, primeira esposa do cantor. Após o fim do casamento, em 1974, mudou-se com a mãe para os EUA, onde construiu sua vida. Hoje é bióloga e atua com o marido em uma empresa de consultoria financeira. Simone raramente aparece em público e mantém a privacidade nas redes sociais. No documentário, relatou a sensação de abandono que carregou durante a juventude: “Passei minha adolescência achando que ele não queria saber de mim”.
Scarlet: presença digital e memória afetiva
Scarlet Seixas, de 49 anos, é filha da segunda esposa de Raul, Gloria Vaquer, que faleceu em janeiro de 2024. Ao contrário da irmã, Scarlet mantém presença ativa nas redes sociais, onde compartilha lembranças do pai e interage com fãs que ainda celebram a trajetória do artista. Ela também vive nos Estados Unidos e teve pouco contato com Raul, restrito aos primeiros anos de vida.

Casada com um americano, Scarlet é mãe de dois filhos: Dakota, de 28 anos, que os fãs frequentemente dizem ser o retrato do avô, e Ty, de 19. Dakota é pai de Krysta Skye, de 13 anos, única bisneta conhecida de Raul Seixas.
Um legado que conecta
Apesar da distância física e afetiva, as duas irmãs compartilham vínculos com Vivi Seixas, filha caçula de Raul com Kika Seixas, última companheira do cantor. Vivi, que vive no Brasil, atua como DJ e participa ativamente de projetos que mantêm viva a obra do pai, morto em 1989.
Mais do que nomes ligados ao artista, Simone e Scarlet representam um lado íntimo e pouco conhecido da biografia de Raul Seixas — uma história de afetos complexos, separações e reencontros tardios, à sombra do mito que o cantor se tornou.