Um estudo recente da Universidade de São Paulo, publicado na revista Neurology, investigou os impactos dos adoçantes artificiais na saúde cerebral. A pesquisa acompanhou 12.772 adultos brasileiros, de 35 a 74 anos, por oito anos, revelando que o consumo elevado destes compostos pode acelerar o declínio cognitivo, equivalente a 1,6 anos de envelhecimento cerebral.
Os participantes analisados incluíam indivíduos que consumiam regularmente adoçantes artificiais encontrados em alimentos processados e bebidas dietéticas. Os resultados mostraram que aqueles com maior consumo apresentaram um declínio mais acentuado em funções como memória e raciocínio.
Um dado preocupante foi que mesmo os consumidores moderados experimentaram envelhecimento cerebral acelerado. A pesquisa destacou que a quantidade consumida é determinante, superando a simples composição química de cada adoçante.
Eritritol
O eritritol, um adoçante comum, foi mencionado por possivelmente prejudicar a barreira hematoencefálica, afetando a circulação no cérebro e aumentando os riscos de acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, substâncias como o aspartame podem alterar a microbiota intestinal, influenciando o cérebro através do eixo intestino-cérebro.
Esses achados geram preocupações sobre os riscos associados ao consumo regular de adoçantes. Embora aprovados por órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde e a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, novas evidências indicam potenciais riscos não anteriormente considerados.
A pesquisa da Universidade de São Paulo não abrangia todos os tipos de adoçantes, como a sucralose, mas forneceu um panorama sobre os potenciais efeitos negativos dos adoçantes analisados.