Um dos terremotos mais fortes já registrados no mundo sacudiu a costa leste da Rússia na manhã desta terça-feira (29), provocando um alerta internacional de tsunami. O tremor de magnitude 8,8, com epicentro no mar da Península de Kamchatka, desencadeou ondas sísmicas que geraram risco real para várias regiões do Pacífico.
O Serviço Geofísico da Academia Russa de Ciências informou que o fenômeno poderá desencadear tremores secundários com magnitudes de até 7,5 nas próximas semanas. Já o Serviço Geológico dos EUA (USGS) confirmou que o terremoto ocorreu a uma profundidade de 20,7 km, a cerca de 119 km da cidade russa de Petropavlovsk-Kamchatsky.
Imediatamente após o tremor, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico emitiu alerta para Havaí, Alasca, Califórnia, Japão, Nova Zelândia, Filipinas e outras regiões do Pacífico.
Nos EUA, sirenes de emergência soaram no Havaí às 15h23 (horário local), com evacuações em massa e trânsito intenso nas rodovias. No Japão, a Agência Meteorológica registrou ondas de até 50 cm no porto de Ishinomaki e emitiu um aviso para mais de 900 mil moradores em 133 cidades costeiras.
Na Califórnia, a região de Arena Cove registrou ondas de 0,5 metro acima do nível da maré alta, e a população foi orientada a buscar abrigo em áreas elevadas. O Departamento de Gestão de Emergências do Oregon estimou ondas de até 60 cm.
Danos e resposta emergencial
Na Rússia, o impacto foi sentido principalmente em Petropavlovsk-Kamchatsky e na região de Severo-Kurilsk, onde foram relatadas falhas de energia elétrica, queda de telefonia móvel e danos estruturais em edifícios. De acordo com autoridades locais, não houve vítimas graves, mas moradores buscaram atendimento médico.
Na cidade portuária de Severo-Kurilsk, as primeiras ondas atingiram o litoral, e moradores foram deslocados para regiões elevadas. Governadores locais pediram que a população permaneça fora das áreas costeiras devido à possibilidade de novos tremores.
Ferries e trens no Japão foram suspensos, e o aeroporto de Sendai fechou temporariamente sua pista. A Tokyo Electric Power Company, operadora da usina nuclear de Fukushima, afirmou que cerca de 4 mil trabalhadores buscaram abrigo em locais elevados, sem registro de anormalidades.
Comparação com tremores históricos
Este terremoto é o mais poderoso a atingir a região de Kamchatka desde 1952, quando um abalo de magnitude 9,0 causou ondas de 30 pés no Havaí. Desde o terremoto de 2011 no Japão, que resultou na tragédia de Fukushima, não se via um evento sísmico dessa magnitude na área do “Círculo de Fogo do Pacífico”.
Especialistas alertam que, apesar do rebaixamento do alerta de tsunami para “aviso”, o perigo permanece: mudanças no nível do mar, correntes marítimas perigosas e ondas subsequentes podem continuar por horas.
Tsunami: riscos persistem mesmo após a primeira onda
Autoridades reforçam que a primeira onda de um tsunami nem sempre é a mais destrutiva. O fenômeno pode incluir diversas ondas com intervalos de minutos ou horas, além de fortes correntes e detritos que ampliam o potencial destrutivo.
Moradores e turistas em áreas litorâneas foram orientados a permanecer longe de praias, marinas e portos até que as autoridades retirem o alerta de perigo. A recomendação inclui o uso de mapas interativos para verificar se estão em zonas de evacuação.
