O Brasil convive com um paradoxo alimentar. Embora tenha deixado novamente o Mapa da Fome da ONU — com menos de 2,5% da população em situação de subnutrição entre 2022 e 2024 — 50,2 milhões de brasileiros ainda não conseguem pagar por uma alimentação saudável, segundo a FAO. O cenário reacende discussões sobre como garantir não apenas comida na mesa, mas também qualidade nutricional.
É nesse contexto que um estudo da Universidade William Paterson, em Nova Jersey, ganhou repercussão ao revelar quais são os alimentos mais nutritivos do planeta. Entre os 41 itens analisados, um ingrediente simples, barato e facilmente encontrado no Brasil lidera o ranking: o agrião.
Para chegar ao resultado, os especialistas avaliaram 17 nutrientes essenciais ao ser humano, comparando a proporção entre o valor calórico e os componentes mais benéficos à saúde — como potássio, fibras, proteínas, ferro, vitaminas e antioxidantes.
O levantamento apontou o agrião como o único alimento a atingir pontuação máxima: 100/100, superando opções muito populares entre quem busca uma dieta equilibrada, como espinafre, couve e abacate.
O ranking completo dos dez alimentos mais saudáveis é:
- Agrião
- Alface chinesa
- Acelga
- Folha de beterraba
- Espinafre
- Chicória
- Alface (comum)
- Salsinha
- Alface romana
- Couve
Segundo a pesquisadora Jennifer Di Noia, responsável pelo estudo, alimentos de maior pontuação “oferecem mais nutrientes por caloria” e estão associados à redução do risco de doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, neurodegenerativos e alguns tipos de câncer.
Por que o agrião é tão nutritivo?
O agrião pertence à família Brassicaceae, a mesma da couve e do brócolis, conhecida pela alta densidade de vitaminas e antioxidantes. O vegetal é pobre em calorias, mas concentra grande quantidade de vitamina K, fundamental para a coagulação sanguínea e a saúde óssea. Também apresenta forte ação antioxidante, ajudando a proteger o organismo contra danos celulares que podem levar ao desenvolvimento de doenças crônicas.
A descoberta reforça a importância de políticas públicas que ampliem o acesso à alimentação saudável no Brasil, fortalecendo pequenos agricultores, reestruturando o abastecimento e revisando a própria composição da cesta básica — medidas defendidas por especialistas no combate à má nutrição no país.




