Uma notícia movimentou as redes sociais e a imprensa mundial, após uma empresa norte-americana anunciar que conseguiu criar lobos em laboratório. O que chocou muitas pessoas é que a espécie recriada possui características semelhantes à de uma espécie extinta 10 mil anos atrás. Conhecidos como “lobos-terríveis”, essa espécie possui um material genético de lobos cinzentos modernos (Canis lupus) com DNA extraído de fósseis antigos de lobos terríveis. Isso significa, que essa espécie pode ter vivido na última era do gelo.
Os três filhotes foram batizados de Remus, Romulus e Khaleesi, no qual passaram por um processo de edição genética, como o CRISPR-Cas9, para modificar o genoma de células de lobo cinzento para ser acrescentado às características genéticas do lobo-terrível identificadas a partir de DNA fossilizado. Para isso, foram usadas cadelas domésticas para serem mães de aluguel dos filhotes.
Mais informações sobre os lobos-terríveis
Para conseguirem esse feito, os cientistas entenderam quais genes eram iguais ou diferentes entre as duas espécies e fizeram 20 edições, ou seja, 20 modificações para que o DNA do lobo-cinzento ficasse de acordo com o DNA da espécie extinta. Após essa descoberta, foi possível transferir o núcleo da célula para um óvulo. Assim, ele foi cultivado e depois implantado no útero de uma cachorra doméstica, que deu à luz os filhotes.
Apesar da conquista, alguns especialistas questionaram fortemente a alegação de que os animais recriados sejam verdadeiramente lobos-terríveis. A principal crítica reside no fato de que a maior parte do material genético dos filhotes é de lobo cinzento, com apenas algumas modificações genéticas baseadas no DNA antigo do lobo-terrível. Além disso, também foi levantado o debate ético sobre a ideia de modificar ou recriar espécies já extintas e das eventuais consequências de soltar esses animais no ecossistema.