A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou nesta terça-feira (16) a proibição e recolhimento de todos os lotes de dois suplementos que vinham sendo divulgados como alternativas para emagrecimento rápido — entre eles o Zempyc Natural, apelidado por consumidores de “Ozempic do Paraguai”.
Segundo a agência, o produto era vendido de forma irregular em sites e redes sociais, com promessas de “queima de gordura”, redução de apetite e aceleração do metabolismo. Além de não possuir registro sanitário, o rótulo mencionava falsamente a farmacêutica Sorocaps Indústria, que negou qualquer vínculo com a fabricação. Sua origem e composição seguem desconhecidas, o que amplia o risco para quem consumiu as cápsulas.
Outro suplemento proibido é o Ki-Fit-Turbo, da empresa GVL Indústria de Suplementos Alimentares Ltda., que já havia gerado relatos de taquicardia, dores no peito, náuseas, vômitos e diarreia em consumidores. A Anvisa classificou o caso como grave, já que, além de não comprovar eficácia, o produto oferecia risco direto à saúde.
Ambos os suplementos estão com a fabricação, venda, distribuição, propaganda, exportação e uso proibidos em todo o território nacional.
Produtos irregulares e fiscalização
Nos últimos anos, os suplementos alimentares têm sido alvo recorrente da fiscalização da Anvisa. Entre 2020 e 2025, 63% das investigações da agência envolveram esse tipo de produto. Só neste ano, mais de 230 mil anúncios irregularesforam derrubados da internet, cerca de 60 mil deles relacionados a suplementos.
A agência também determinou a retirada de outros itens do mercado, como o azeite de oliva clandestino Los Nobles e a suspensão da propaganda da linha de águas “OH A Água”, que alegava falsamente propriedades terapêuticas.
Orientação ao consumidor
A Anvisa reforça que suplementos sem registro não têm garantia de qualidade, segurança ou eficácia e recomenda que não sejam consumidos.
Quem tiver adquirido produtos como o Zempyc Natural ou o Ki-Fit-Turbo deve suspender imediatamente o uso e pode denunciar a comercialização irregular por meio da Ouvidoria da Anvisa ou pelo telefone 0800 642 9782.