O recente acordo comercial entre Estados Unidos e Argentina, firmado em outubro, pode transformar significativamente as relações comerciais do Brasil com a Argentina. Anunciado pelo Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em 9 de outubro de 2025, o acordo envolve cooperação em comércio e investimentos, gerando preocupação entre os mercados brasileiros pela potencial perda de espaço para seus produtos na Argentina.
A Argentina, que representa um mercado crucial para o Brasil com US$ 14,9 bilhões em receita de janeiro a outubro deste ano, poderá reconhecer alterações em sua dinâmica comercial.
Tarifa zero para produtos argentinos
O acordo entre Donald Trump e Javier Milei prevê a eliminação de tarifas para até 80% dos produtos argentinos exportados para os Estados Unidos. Essa medida pode tornar os produtos americanos mais baratos e aumentar sua presença no mercado argentino, o que desafia a competitividade de produtos brasileiros.
O setor automotivo, responsável por mais de 40% das exportações brasileiras para a Argentina, é especialmente vulnerável a essas mudanças.
Desafios para o mercado brasileiro
Essas alterações tarifárias colocam em questão a estabilidade das normas do Mercosul. Enquanto a Argentina colhe os benefícios de um regime de tarifas reduzidas, há receios sobre uma abertura unilateral de mercado por parte do país vizinho, o que pode dificultar negociações para o Brasil.
Este cenário se soma ao desafio já existente do Brasil em lidar com altos níveis de proteção tarifária e a dependência por exportações para mercados como a China.




