O mercado de trabalho brasileiro está em plena transformação. Um estudo do Observatório Nacional da Indústria (ONI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que até 2035 pelo menos 16 profissões — metade em nível técnico e metade em nível superior — estarão entre as mais procuradas, impulsionadas por novas tecnologias e pela reestruturação da indústria.
Segundo Márcio Guerra, superintendente do ONI, a mudança é inevitável:
“Funções operacionais e repetitivas tendem a desaparecer, dando lugar a ocupações mais analíticas, criativas e interdisciplinares. O trabalhador precisará dominar fluência digital, análise de dados e resolução de problemas complexos.”
Profissões em alta no nível técnico
- Técnico em Microrredes e Energias Renováveis (+30%)
- Técnico em Cibersegurança Industrial (+25%)
- Técnico em Manufatura Aditiva (Impressão 3D) (+25%)
- Técnico em Manutenção Preditiva (+15%)
- Técnico em Internet Industrial das Coisas (IIoT) (+10%)
- Técnico em Operação de Robôs e Drones Autônomos (+10%)
- Técnico em Realidade Aumentada/Virtual (RA/RV) (+10%)
- Técnico em Sensoriamento Remoto e Geotecnologias (+8%)
Profissões em alta no nível superior
- Gerente de Inovação Aberta e Colaborativa (+27%)
- Gestor de Sustentabilidade e Economia Circular (+20%)
- Especialista em Gêmeos Digitais e Modelagem Virtual (+15%)
- Especialista em Governança Algorítmica e Ética Digital (+12%)
- Cientista de Dados Industrial (+12%)
- Engenheiro de Machine Learning e IA Industrial (+10%)
- Engenheiro de Edge Computing (+8%)
- Arquiteto de Soluções Blockchain para Cadeia de Suprimentos (+5%)
Contexto atual do emprego no Brasil
O estudo dialoga com o cenário positivo do mercado de trabalho em 2025. Só nos cinco primeiros meses do ano, o Brasil gerou 1,05 milhão de vagas formais, segundo o Caged, acumulando 1,62 milhão nos últimos 12 meses. O setor de Serviços lidera, mas a Indústria também se destaca, criando mais de 200 mil postos, especialmente em alimentos, máquinas e veículos.
Com esse movimento, especialistas reforçam que a próxima década exigirá profissionais altamente qualificados e adaptáveis, capazes de unir conhecimento técnico à capacidade de inovação.