Um torneio de xadrez em Moscou terminou em acidente em julho de 2022, quando um robô projetado para jogar a modalidade quebrou o dedo de um menino de 7 anos. O caso aconteceu durante o Moscow Open e foi registrado em vídeo que circulou nas redes sociais.
Nas imagens, o robô segura uma das peças e, em seguida, agarra o dedo do garoto, identificado pela imprensa local como Christopher, considerado um dos 30 melhores enxadristas da capital russa na categoria sub-9. Quatro adultos correram para ajudar, mas o menino sofreu fratura e precisou imobilizar a mão.
“O robô quebrou o dedo da criança. Isso é obviamente ruim”, declarou Sergey Lazarev, presidente da Federação de Xadrez de Moscou, à agência Tass.
O que levou ao acidente
As versões sobre o episódio divergem. Para Sergey Smagin, vice-presidente da Federação Russa de Xadrez, o garoto teria se precipitado ao tentar fazer um movimento antes de o robô concluir o seu. “Há certas regras de segurança e a criança, aparentemente, as violou”, disse.
Lazarev, por sua vez, afirmou que o problema ocorreu porque o menino não aguardou a resposta da máquina. “O robô já havia jogado muitas partidas sem incidentes, mas agora os fornecedores vão ter que pensar novamente”, declarou.
Apesar do susto, Christopher voltou a competir no dia seguinte, com ajuda de voluntários para anotar os lances. Os pais, no entanto, acionaram o Ministério Público russo.
Segurança em xeque
Embora o episódio tenha chocado pelo inusitado, não é o primeiro acidente envolvendo máquinas. Segundo levantamento da Administração de Segurança Ocupacional dos EUA, acidentes com robôs industriais já resultaram em mortes — como o caso de um trabalhador esmagado por um braço robótico na fábrica da Ford em 1979, ou o de um contratado da Volkswagen em 2015 na Alemanha.
No setor médico, entre 2008 e 2013, robôs cirúrgicos foram associados a 144 mortes. Em 2018, a norte-americana Elaine Herzberg morreu atropelada por um carro autônomo da Uber durante um teste no Arizona.
Especialistas lembram que, apesar da sofisticação tecnológica, máquinas seguem limitadas a executar tarefas programadas e não possuem discernimento sobre riscos humanos. “Foi provavelmente uma falha de software”, opinou o grande mestre russo Sergey Karjakin.