Mudança nas diretrizes de saúde cardiovascular pode fazer com que mais pessoas sejam consideradas hipertensas.A atualização promovida pela Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) redefine os parâmetros ideais de pressão arterial, alterando a forma como médicos e pacientes devem encarar o diagnóstico e o risco de doenças cardíacas.
Por décadas, a medida de 120 por 80 mmHg (ou “12 por 8”) foi considerada o padrão de pressão arterial saudável. No entanto, segundo a nova orientação da ESC, o valor ideal passa a ser 120 por 70 mmHg (“12 por 7”).
A mudança reflete evidências recentes de que até pequenas elevações na pressão arterial aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.
Entenda a nova classificação
Com a nova diretriz, a categorização da pressão arterial foi simplificada e alterada:
- Pressão não elevada: abaixo de 120/70 mmHg – considerada ideal
- Pressão elevada: entre 120/70 e 139/89 mmHg – faixa de atenção
- Hipertensão arterial: igual ou acima de 140/90 mmHg – quadro de risco confirmado
Com isso, quem antes era considerado saudável com 12 por 8 agora entra na faixa de alerta, especialmente se apresentar fatores de risco como obesidade, sedentarismo, colesterol alto ou histórico familiar de doenças cardíacas.
O que muda na prática?
A principal consequência da atualização é a ampliação do número de pessoas consideradas em risco. Aqueles que antes eram orientados apenas a manter o controle agora podem receber recomendações mais rigorosas, como:
- Adotar mudanças no estilo de vida (exercícios, alimentação, redução do sal)
- Monitorar a pressão com maior frequência
- Reavaliar uso de medicações preventivas, dependendo do perfil clínico
Essa nova abordagem segue uma tendência mundial: atuar preventivamente para evitar o agravamento dos quadros clínicos, antes que a hipertensão se instale de forma definitiva.